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Inadimplência nos bancos públicos sobe
EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIAA inadimplência nos bancos públicos subiu nos quatro primeiros meses do ano, enquanto os atrasos nas instituições privadas recuaram em relação ao final de 2013, segundo o Banco Central.
Nos bancos estatais, a taxa subiu de 1,8% no fim do ano passado para 2,1% em abril, maior porcentual desde janeiro de 2011, período em que a inadimplência batia recorde no país.
Nas instituições privadas, os atrasos passaram de 4,2% para 4,1%, menor taxa desde fevereiro de 2011. Na média do sistema financeiro, a inadimplência segue em 3% desde dezembro de 2013.
Entre os grandes bancos estatais, apenas a Caixa Econômica Federal registrou aumento nos atrasos, considerando dados dos balanços até março. A piora se deu no crédito para médias e pequenas empresas e para o consumo.
As instituições públicas desaceleraram a liberação de crédito nos últimos meses, seguindo orientação do governo, que enfrenta restrições orçamentárias para injetar recursos nessas instituições.
Mesmo assim, continuam liderando a expansão dos financiamentos no país, com crescimento de 4,2% na carteira de empréstimos nos quatro primeiros meses de 2014 e uma participação de 52% nesse mercado.
Nos bancos privados, o avanço é de 0,3% em relação ao mesmo período de 2013.
JUROS ESTÁVEIS
Em abril, as taxas de juros ficaram estáveis em relação a março. Isso refletiu a expectativa do mercado de que o BC interromperia o ciclo de aperto nos juros iniciado em abril de 2013. O Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu, na quarta-feira (28), manter a taxa básica em 11% ao ano, após nove altas.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, disse que a alta da Selic contribuiu para a desaceleração do crédito, que continua, no entanto, importante para o crescimento da economia.
"Essa moderação vem acontecendo ano a ano, e isso é importante do ponto de vista de sustentabilidade do crescimento do crédito."
Há um ano, o crédito crescia a uma taxa superior a 16% em 12 meses. Hoje, avança a 13,4%. Um dos destaques é a queda de 2% no crédito para veículos neste ano.
Para a consultoria LCA, devem contribuir para a desaceleração do crédito um crescimento menor da renda, o elevado endividamento das famílias e a baixa confiança de empresários e consumidores.