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Dilma cita Piketty e vê Brasil na contracorrente

Presidente fala em renda menos concentrada; autor não estudou país, por falta de dados

TAI NALON SOFIA FERNANDES DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff fez na quinta-feira (5) referência à obra do economista francês Thomas Piketty, autor do best-seller "O Capital no Século 21", ressaltando que o Brasil está na "contracorrente" mundial ao diminuir as diferenças entre os mais ricos e os mais pobres.

Nas palavras de Dilma, o livro mostra que houve uma "absurda concentração" de renda no mundo a partir da década de 1970, mas que o Brasil não se enquadra "nesse caso".

O Brasil, no entanto, não foi objeto de estudo de Piketty, que apontou dificuldades de acesso a informações e "falta de transparência" nos dados do país relativos, por exemplo, ao recolhimento de Imposto de Renda.

Além disso, dados divulgados pelo IBGE no ano passado mostram que a desigualdade parou de cair no Brasil em 2012 porque a remuneração dos mais ricos cresceu num ritmo superior à dos mais pobres.

O economista francês, classificado por Dilma como uma "coqueluche internacional", defende a tese de que as desigualdades socioeconômicas têm aumentado no mundo neste cenário pós-crise.

Em seu livro, Piketty sugere que a grande contradição do sistema econômico capitalista é quando a taxa de retorno do capital excede a taxa de crescimento da economia, favorecendo a concentração no longo prazo.

Ele propõe, para sanar esse problema, taxar mais sobretudo os mais ricos, numa espécie de "imposto mundial" sobre a riqueza.

O economista usa dados principalmente de países ricos e desenvolvidos, o que tem gerado controvérsia entre especialistas se essa realidade for transferida para os países em desenvolvimento.

"Somos um país que reduziu a desigualdade. Temos essa vantagem, na contracorrente do mundo", discursou a presidente durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão.

Segundo Dilma, no Brasil, a redução da desigualdade vem sendo "progressiva".

"Todo mundo aumentou a renda, só que, como os mais pobres aumentaram muito mais, a escada da ascensão social deu uma congestionada", disse. A presidente frisou que, no Brasil, a dificuldade de acesso a serviços é a principal consequência do aumento da classe média.

"O sr. Piketty diz que esse é outro fator convergente [o acesso ao consumo e aos serviços], fora ficar taxando todo mundo. [Outro grande fato de convergência] dele é a educação. Eu prefiro educação", brincou a presidente.


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