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Brasil faz acordo sobre carro com Argentina

Regra de livre-comércio de veículos entre os dois países acertada ontem é menos ambiciosa do que a anterior

Segundo a Anfavea, o importante era garantir fluxo de comércio automotivo entre os dois mercados

FELIPE GUTIERREZ DE BUENOS AIRES

Os governos do Brasil e da Argentina fecharam um acordo com as regras de como será o comércio administrado de carros e autopeças entre os dois países entre julho deste ano e agosto de 2015.

Pelas novas regras, o Brasil pode exportar US$ 1,5 para cada dólar que importa --ou seja, a balança só pode ser favorável ao país em 50%.

Por exemplo, se o Brasil importar US$ 1 bilhão de carros e autopeças, o país poderá exportar, no máximo, US$ 1,5 bilhão sem pagar tarifa de importação.

Pelo acordo automotivo que valia no ano passado, para cada US$ 100 vendidos pela Argentina ao Brasil, em veículos e autopeças, o Brasil podia vender US$ 195 à Argentina sem pagar tarifa de importação.

O documento foi assinado nesta quarta (11) em Buenos Aires entre os ministros do Desenvolvimento do Brasil, Mauro Borges, e os titulares da Fazenda e do Desenvolvimento da Argentina (Axel Kicillof e Débora Giorgi, respectivamente).

Também estavam presentes representantes da indústria automobilística e de autopeças de ambos os países.

"O acordo garante que não vai haver restrição do comércio bilateral da cadeia automotiva. Ele caminha na direção de um acerto de mais de longo prazo. O grande objetivo é que liberalizemos o comércio bilateral", disse o ministro brasileiro.

Ou seja, os termos acertados nesta quarta são provisórios e os governos esperam que em março do ano que vem possam entender-se novamente.

A ministra Giorgi afirmou que esse acerto provisório foi uma resposta "a muita gente que dizia que não seria possível e que o Mercosul não serve para nada. Agora, há horizonte e previsibilidade".

Os três ministros ressaltaram que, somados, os mercados representam o terceiro maior do mundo (o Brasil sozinho é o terceiro, afirmou Borges).

QUEDAS

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, entre janeiro e maio de 2014, o Brasil exportou US$ 1,2 bilhão em veículos leves para a Argentina, cerca de US$ 460 milhões menos que em mesmo período do ano passado.

Apesar do recuo, o mercado da Argentina até ganhou mais importância para as fabricantes brasileiros.

Nos cinco primeiros meses deste ano, o país vizinho comprou 87% dos carros exportados pelo Brasil, ante 84% em igual período do ano passado.

O México, o segundo colocado, representa apenas 4% das vendas brasileiras para o mercado externo.

Antonio Megale, da Anfavea, afirmou que o mais importante, no momento, era garantir que o fluxo de comércio automotivo continuasse e disse que o segundo semestre deve ser mais favorável para as exportações brasileiras. "Tínhamos um acordo que ia se encerrar no fim do mês. O cenário é conjuntural dos dois países. No Brasil, por exemplo, vários eventos, como a Copa, estão criando uma restrição ao mercado."

Os órgãos dos setores também se comprometeram a buscar uma participação mínima: 11% de automóveis argentinos no Brasil e 44,3% de carros brasileiros no país vizinho.


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