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Justiça aceita nova denúncia contra Edemar por lavagem de dinheiro

Ex-dono do Banco Santos teria desviado dinheiro da instituição em transações com obras de arte

Edemar não comenta, alegando que não tomou ciência do caso; no passado, ele dizia que obras eram da família

DE SÃO PAULO

A Justiça acatou uma nova denúncia do Ministério Público contra Edemar Cid Ferreira, antigo dono do Banco Santos, por suspeita de lavagem de dinheiro na compra e venda de obras de arte de sua coleção particular.

Muitas delas teriam sido negociadas após a intervenção do Banco Central em novembro de 2004, quando Edemar foi afastado do banco.

Edemar, que está em liberdade provisória, foi condenado a 21 anos de prisão por crimes contra o sistema financeiro --incluindo lavagem de dinheiro-- relativos ao período anterior à intervenção.

A denúncia foi feita pelo Ministério Público após a decisão da Justiça de estender a falência do Banco Santos para cinco empresas ligadas a Edemar. Entre elas, estava a Cid Ferreira Collection, dona das obras de arte. A Justiça entendeu que as obras de arte foram adquiridas com recursos desviados do banco.

Por esse motivo, o Ministério Público pediu abertura de uma nova ação criminal por suposta lavagem de dinheiro nessas transações. Se for condenado novamente, a pena de Edemar poderá ser aumentada. Pelo crime de lavagem, Edemar já foi condenado a 5 anos e 4 meses.

Também fazem parte da denúncia Márcia de Maria Costa Cid Ferreira e Eduardo Costa Cid Ferreira, mulher e filho do ex-banqueiro. Os três são acusados de terem ocultado, entre novembro de 2004 e dezembro de 2008, a origem, a localização e a propriedade de bens e valores provenientes de dinheiro desviado do Banco Santos.

No centro dessa disputa está a tentativa de Edemar de retirar da massa falida as empresas que administram o patrimônio de sua família. Ele diz que o dinheiro era de sua mulher, com quem é casado com separação de bens.

A denúncia sustenta que as obras teriam sido integralizadas ao patrimônio da Cid Ferreira Collection, que tinha por sócio majoritário a Wailea Corporation, empresa offshore com domicílio fiscal nas ilhas Virgens Britânicas.

Em 2005, foram apreendidos na então residência do ex-banqueiro computadores com documentos e e-mails que indicam a remessa para o exterior de diversas obras de arte, negociadas com investidores estrangeiros.

Os valores recebidos teriam sido transferidos, por determinação do próprio Edemar, para contas correntes de terceiros no exterior.

A Folha revelou o esquema em julho de 2012.

O Banco Santos foi liquidado em 2005 com rombo de R$ 2,3 bilhões.

OUTRO LADO

Procurado, Edemar preferiu não comentar a denúncia, alegando que não tomou ciência da caso. No ano passado, Edemar negou que seus bens pessoais sejam fruto de desvios do banco. Ele afirma que as empresas criadas no exterior tinham o objetivo de garantir uma "segurança" à família. Como dono do banco, ele afirma ter recebido dinheiro suficiente para montar sua coleção particular.


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