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Credor é contra dar mais prazo à Argentina

Pedido foi feito por governo Cristina, mas investidor diz que mais tempo serviria para país criar 'planos de evasão'

Grupo de fundos quer plano de 'proteção e compensações adequadas' em caso de fracasso da negociação

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

Os credores que não aceitaram reestruturar a dívida da Argentina pediram, nesta terça-feira (24), ao juiz americano Thomas Griesa que não atenda à solicitação feita no dia anterior por Buenos Aires para suspender a sentença obrigando o país a pagá-los até 30 de junho.

Para os investidores, chamados de "abutres" pelo governo Cristina Kirchner --e que reúnem US$ 15 bilhões em títulos argentinos--, a suspensão só daria mais tempo ao país para "desenvolver planos de evasão", o que vem "repetidamente demonstrando interesse em fazer".

Na carta enviada ao juiz, o advogado dos fundos diz que uma suspensão da obrigação de pagamento no prazo estabelecido deixaria o grupo "desprotegido".

Os credores ressaltam, no texto, que já há um período de carência de um mês além do prazo --caso a Argentina não faça o pagamento na próxima segunda-feira, ainda teria mais 30 dias antes de cair em "default" (calote).

"Se a Argentina está sendo séria em sua proposta de negociar uma solução, não há razões para que as negociações não sejam concluídas até 30 de julho, que, considerando o período de carência, é o prazo efetivo para o pagamento", diz a carta.

Pela decisão da Justiça dos EUA, o governo tem de pagar cerca de US$ 1,5 bilhão a esses credores no dia 30, mesmo dia em que precisa cumprir com o pagamento dos juros das dívidas daqueles que aceitaram a renegociação da dívida feita em 2005 e 2010.

Para a Argentina, ter de pagar agora os credores que não aceitaram a renegociação pode ter efeitos negativos.

Uma cláusula, que vence no fim deste ano, garante a quem renegociou a dívida uma revisão no acordo caso uma proposta mais vantajosa seja fechada com outros detentores de títulos.

Economistas divergem sobre o tamanho do rombo que essa revisão poderia causar, mas pode ultrapassar US$ 100 bilhões --as reservas internacionais do país não chegam a US$ 30 bilhões.

PROGRESSOS

O grupo de credores, liderado pelo fundo NML, da Elliott Management, propõe que, "se progressos forem feitos" nos próximos dias e a Argentina não tomar nenhuma ação para não cumprir com o pagamento nesse período, as duas partes poderão, então, discutir extensão do prazo.

"Estamos dispostos a negociar alguma coisa com a Argentina sobre prazos, mas eles devem mostrar primeiro que estão empenhados em negociar com boa-fé", disse à Folha uma fonte próxima aos credores.

O grupo exigiria, para a extensão, um plano de "proteção e compensações adequadas" para o caso de as negociações falharem após a Argentina pagar os detentores da dívida reestruturada.


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