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Até maio, economia para pagar juros da dívida encolhe 33%

No acumulado de 2014, superavit do setor público é de R$ 31,5 bi, um terço menor que o de igual período em 2013

Em maio, despesa supera receita em R$ 11 bi, pior resultado para o mês; meta de 1,9% do PIB fica mais distante

EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA

O deficit recorde das contas públicas em maio reduziu a economia para pagar os juros da dívida deste ano ao menor nível desde que o PT chegou ao poder. Nestes cinco meses, alcançou-se 32% da meta para o ano.

Segundo o Banco Central, as despesas de União, Estados e municípios superaram as receitas em R$ 11 bilhões no mês retrasado, pior resultado para este mês do ano.

Nos cinco primeiros meses de 2014, a economia do setor público foi de R$ 31,5 bilhões (1,5% do PIB), queda de 33% em relação ao mesmo período do ano passado.

Este é o menor resultado desde 2002 e equivale à metade da economia feita no mesmo período de 2012.

Os dados mostram que está mais difícil cumprir a meta de R$ 99 bilhões (1,9% do PIB), fixada pelo Ministério da Fazenda para este ano.

Segundo cálculos da consultoria LCA divulgados antes de o governo anunciar novas renúncias fiscais (com a prorrogação do IPI mais baixo para veículos e móveis), o começo de ano indica um superavit do setor público próximo a 1% do PIB, sem considerar receitas extras.

Ou seja, para cumprir a meta será necessário recorrer a receitas de programas de refinanciamentos e concessões.

A redução do superavit primário é uma das principais mudanças na política econômica adotadas pela presidente Dilma Rousseff em relação ao governo anterior.

O Banco Central, por exemplo, tem afirmado que não é necessário hoje gerar superavit "de ampla magnitude".

Para a instituição, resultados próximos aos de "anos mais recentes" são suficientes para controlar a dívida, reduzir o custo de financiamento e evitar que os gastos do governo contribuam para aumentar a inflação.

Essa avaliação, entretanto, é contestada pela maior parte dos economistas.

"O ritmo de crescimento das despesas acima do PIB, associado a anúncios fiscais recentes, aumenta as dúvidas sobre uma reorientação de política fiscal que contribua para a redução do risco inflacionário", diz Roberto Padovani, economista-chefe da Votorantim Corretora.

Para a consultoria Rosenberg Associados, a política fiscal é um dos fatores que reduzem a confiança na economia brasileira, pressiona a inflação e vai exigir mais esforços no futuro para "colocar a casa" em ordem.

Os números do BC mostram que a maior parte da queda no resultado do ano está relacionada ao resultado do governo federal, que reduziu a economia em 45%. Estados tiveram queda de 11% no resultado.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, afirmou que o dado de maio foi "ruim", mas disse que é necessário aguardar os próximos resultados.

"Há uma série de eventos ainda para ocorrer, que tendem a favorecer os desempenhos fiscais nos próximos meses", afirmou, destacando concessões que o governo fará em telecomunicações (4G).


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