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Brasileiro poupa menos no 1º semestre

Saldo de entradas e saídas na poupança recua 66% sobre os primeiros seis meses de 2013 e é o menor em 3 anos

Fundos de investimento e CDBs também tiveram procura menor; recurso é destinado a pagar dívida, dizem economistas

EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA

Falta de dinheiro, pagamento de dívidas e turbulências no mercado estão entre os principais fatores que levaram os brasileiros a abandonarem ou reduzirem suas aplicações financeiras no primeiro semestre de 2014.

Na caderneta de poupança, por exemplo, os depósitos superaram os saques em R$ 9,6 bilhões, segundo o BC. O valor, apesar de positivo, é o menor em três anos e representa queda de 66% ante o mesmo período de 2013.

A perda de interesse pela poupança não é um fato isolado. Fundos de investimento captaram apenas R$ 2 bilhões no semestre, pior resultado desde 2002, quando a Anbima (associação do mercado de capitais) passou a coletar esses dados.

O estoque de CDBs, que superava a caderneta de poupança um ano atrás, encolheu 9% nos últimos 12 meses, segundo a Cetip, empresa que centraliza esses dados.

Dois investimentos que cresceram foram a LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letras de Crédito do Agronegócio), que são isentos de Imposto de Renda, como mostrou reportagem da Folha nesta segunda. Mas o aumento desses estoques não compensou, por exemplo, a queda no saldo de CDBs.

A primeira explicação para esse comportamento, segundo especialistas em finanças pessoais, é que entrou menos dinheiro no bolso dos trabalhadores. Principalmente pela desaceleração na renda, provocada pela alta da inflação e pelo esfriamento do mercado de trabalho.

A alta dos preços também reduziu o ganho real da maioria das aplicações. Diante disso, muitas pessoas aproveitaram para quitar dívidas, o que explica também a desaceleração no crédito ao consumo verificada no período.

"O cenário não é muito favorável para as aplicações. Como praticamente não há ganho real [descontada a inflação], é melhor tirar o dinheiro", diz Marcos Antônio de Camargos, do Ibmec-MG.

"Está todo mundo preocupado com o que vai acontecer com a economia, principalmente por causa das eleições", afirma Aguinaldo Pereira, da FGV. "Por isso, há um processo de redução do endividamento."

Na Caixa, que detém 35% dos recursos da poupança, as aplicações se concentraram no público de menor renda.

Édilo Ricardo Valadares, diretor-executivo do banco, afirma que as captações recordes dos últimos dois anos foram muito acima da média histórica e que, com a alta de juros, é normal que haja uma queda. A expectativa é que o segundo semestre continue favorável para as LCI.


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