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Remessas de lucro do setor automotivo recuam 58%

Nos primeiros cinco meses do ano, foram enviados US$ 573 mi às matrizes

Valor é o menor em 8 anos; associação das montadoras diz que margem de lucro está abaixo da média global

EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA

O setor automotivo reduziu em 58% as remessas de lucro para o exterior entre janeiro e maio deste ano, período marcado por queda nas vendas internas, na produção e nas exportações.

As montadoras são, tradicionalmente, as empresas que mais remetem recursos para outros países. Nos cinco primeiros meses de 2013, por exemplo, responderam por 14% das remessas de todas as empresas brasileiras, com US$ 1,35 bilhão, segundo dados do Banco Central.

No mesmo período deste ano, o setor enviou US$ 573 milhões para suas matrizes, o menor valor em oito anos.

O presidente da Anfavea (associação das montadoras), Luiz Moan, diz que os números refletem, por exemplo, a queda na receita das montadoras e o uso de recursos próprios para financiar investimentos na produção.

"Desde 2007, a margem de lucro tem diminuído sobremaneira. No primeiro semestre de 2014, essa queda se acelerou", afirmou o executivo.

No ano passado, as montadoras remeteram ao exterior cerca de 3% do ganho no Brasil, algo "dentro da normalidade" parar essa atividade produtiva, segundo Moan.

Com os resultados deste ano, a entidade afirma que a margem de lucro está abaixo da média mundial do setor.

A expectativa, entretanto, é de melhora nas vendas neste segundo semestre. As empresas também avaliam que o Brasil ainda é o maior mercado potencial no mundo.

FATURAMENTO

Estudo da consultoria automotiva Oikonomia mostra que o faturamento das 15 maiores montadoras que atuam no Brasil caiu 2,3% no primeiro semestre deste ano.

Entre as quatro maiores montadoras instaladas no país, apenas a Ford aumentou o faturamento.

Entre as maiores quedas, estão Volkswagen, Peugeot, Kia e Jac Motors. As três primeiras, com redução em torno de 15%. A última, com retração de 45%.

De acordo com o consultor Raphael Galante, responsável pelo estudo, parte da queda no número de negócios foi compensada pelo aumento de 6% no valor médio dos carros vendidos.

Parte do aumento está relacionada a custos maiores, devido à introdução de itens obrigatórios nos veículos (airbag e freio ABS) e da retirada de parte do desconto de IPI.

Outra parte se deve ao aumento na venda de veículos mais caros e à tentativa de compensar as vendas menores, segundo Galante.

Falta de demanda e de crédito, somada a aumentos de preços e custos, são fatores que devem manter os ganhos do setor apertados em 2015, segundo o consultor. "Não vai melhorar. Com muita sorte, vamos ter um mercado estável no próximo ano."

O setor automotivo é o principal responsável pela queda nas remessas totais de lucro do Brasil para o exterior neste ano. O envio desses recursos caiu 5% em relação ao período de janeiro a maio de 2013 e deve fechar o ano estável, de acordo com a previsão do Banco Central.


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