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Resultado de junho interrompe crescimento de viagens aéreas
Demanda por voos teve alta de 0,5% no mês passado, pior desempenho para o mês em 11 anos
Mais dependente do passageiro de negócios, a TAM foi a empresa que mais sofreu, com queda de 5,2% no mês
Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que a Copa do Mundo não foi suficiente para aquecer a demanda doméstica por transporte aéreo.
A demanda ficou praticamente estável, com crescimento de 0,49% em junho na comparação com o mesmo período de 2013 --foi a pior taxa de crescimento para o mês desde 2003 (-17,4%).
Ainda que a Copa tenha durado 32 dias, a malha aérea com a oferta ajustada para o Mundial vigorou de 6 de junho a 20 deste mês.
As empresas cortaram voos de forte demanda corporativa e reforçaram as cidades-sede em dias de jogos.
Apesar da estabilidade, o desempenho do setor em junho foi visto como positivo pela Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), que previa queda de 5% a 10% na demanda na Copa.
A expectativa antes do Mundial era que a demanda do evento não seria suficiente para cobrir a queda no turismo corporativo, que efetivamente desapareceu em junho. Para julho, a expectativa da Abear é de um desempenho similar a junho.
A TAM, que deixou de patrocinar a seleção brasileira (agora é a Gol) e é a companhia que mais depende do tráfego de negócios, foi a mais afetada pela Copa: a demanda caiu 5,2% em junho.
A Gol fechou muitos contratos de fretamento com a agência oficial da Fifa e caiu menos: 1,9%. Já as duas menores conseguiram ganhar mercado. A Azul cresceu 38,6%, e a Avianca, 31,2%.
Os dados da Anac medem o volume de passageiros pagantes por quilômetro voado (RPK). O indicador é o mais usado pela indústria pois permite comparar empresas com operações distintas.
MÊS EM BAIXA
A oferta de assentos por quilômetro voado em junho encolheu 1,5% sobre junho de 2013.
Em número de passageiros pagantes embarcados, a demanda ficou praticamente estável: -0,63%.
Foram embarcados 6,22 milhões de passageiros, ante 6,26 milhões em junho do ano passado, segundo a Abear.
No acumulado até junho, o crescimento do mercado doméstico em RPK foi de 6,56%. Junho representou uma freada no ritmo de crescimento do setor, que desde dezembro vinha exibindo taxas bastante elevadas.
Depois de um 2013 fraco, que prolongou a agonia das empresas aéreas --desde 2012 elas vêm registrando prejuízos bilionários--, o desempenho no início do ano surpreendeu.
Uma das explicações é que o passageiro que viaja a negócios pode ter antecipado viagens temendo problemas nos aeroportos durante a Copa do Mundo.
Segundo a Abear, é difícil neste momento fazer projeções para o segundo semestre. A entidade mantém sua previsão de crescimento de 5% a 6% para o ano.