Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Ranking de fundos

Opção controversa, fundo com só uma ação rende mais

No 1º semestre de 2014, produtos focados em papéis da administradora de cartões Cielo foram mais rentáveis

Especialistas alertam que aplicar em só um papel é arriscado por não diversificar e concentrar retorno

ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

Os fundos de ações que aplicaram exclusivamente em papéis de uma única empresa, uma técnica controvertida por concentrar o risco, foram os que mais renderam no primeiro semestre, segundo levantamento do sistema Comdinheiro de acompanhamento de ativos financeiros.

O fundo BB Ações Cielo, do Banco do Brasil, teve retorno de 39,73% de janeiro a junho, seguido pelo fundo do Bradesco que também aplica nos papéis da operadora de cartões, com 39,70%.

"A conjuntura tem favorecido muito as empresas de cartão de crédito. Houve melhora na renda das famílias, com índice de desemprego muito baixo, além da queda dos juros. Tudo isso motivou o consumo", diz Jorge Marino Ricca, gerente-executivo de fundos de ações do BB.

Para Joaquim Levy, diretor superintendente da Bradesco Asset Management, contribuiu para a alta dos papéis da Cielo o fato de a empresa ser vista como uma "proteção contra a inflação" na Bolsa.

"As empresas de cartão ganham um percentual sobre o valor transacionado nas operações com esse meio de pagamento. O aumento nos preços, consequentemente, amplia o retorno da Cielo."

Também beneficiou a companhia a maior demanda por antecipação de pagamento --quando a operadora de cartões antecipa ao comerciante o valor de uma compra feita a prazo, cobrando uma taxa adicional pelo serviço.

O terceiro melhor desempenho no semestre ficou com o fundo de ações do Bradesco que aplica exclusivamente em ações da BB Seguridade, com retorno de 34,53%.

"É o único papel do setor de seguros no Ibovespa, e este é um produto que tem taxa de crescimento significativa", diz Levy. Há uma tendência de aumento na demanda por seguros de mais produtos além de automóveis, como residências.

Segundo Levy, as seguradoras --assim como os bancos-- se beneficiam do aumento da taxa de juros. Desde junho de 2013, a Selic subiu de 7,25% para 11% ao ano.

RISCOS

O professor de finanças Gilberto Braga, do Ibmec-Rio, lembra que o investimento em fundos de ações envolve riscos, e que nem todas as aplicações desse tipo mostraram performance positiva no primeiro semestre.

"As opções que aplicam exclusivamente em uma única ação ficam 100% dependentes do desempenho dessa empresa: se ela for mal, o investidor tem prejuízo. A falta de diversificação amplia o risco."

Para Braga, o ideal é que a pessoa interessada em investir em fundos de ações tenha foco no longo prazo e utilize um recurso que esteja parado, e não aquele poupado para uma emergência.

"Cada fundo tem sua característica, mas todos têm um momento bom e ruim. É preciso saber que, ao aplicar em um fundo de ações, você está se tornando sócio de empresas. Os americanos têm isso mais definido na cabeça, mas os brasileiros também estão se acostumando cada vez mais com a ideia", diz.

Também é importante prestar atenção às taxas: alguns fundos têm taxa de administração baixa, mas têm uma taxa de performance --percentual atribuído ao gestor-- muito elevada.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página