Folha de S.Paulo

Associações consideram sites 'ilegais' e 'clandestinos'

DE SÃO PAULO

Os sites que permitem contratar pessoas interessadas em fazer "bicos" geram polêmica com associações das atividades regulamentadas.

O site Rent a Local Friend, em que é possível contratar alguém para mostrar uma cidade, provoca reclamações dos guias de turismo.

A empresa diz ser um meio de troca de cultura e contatos entre as pessoas e que não tem relação com os guias. "A gente não considera que existe uma concorrência", diz a presidente Danielle Cunha.

Mas o argumento não convence Irma Karla Barbosa, presidente da Federação Nacional dos Guias de Turismo. Ela afirma se tratar de uma atividade clandestina e rebate a ideia de que seja um trabalho diferente.

"Eles alegam que não fazem o convencional, mas o guia faz esse trabalho também. Basta que o cliente diga o que quer", diz.

Barbosa afirma que a federação notificou o Procon e o Ministério Público do Trabalho. Ela explica que, para exercer a atividade, o profissional precisa passar por um curso e ter cadastro no Ministério do Turismo.

Outro serviço que sofre críticas de entidades é o Airbnb, que oferece aluguel de imóveis ou quartos por períodos curtos. A Abih Nacional (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) considera a atividade ilegal e está discutindo o que fazer contra o sistema --haverá uma reunião sobre o assunto no Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário) no próximo dia 28.

"Como mundialmente [serviços como o Airbnb] já são uma preocupação grande, estamos começando a combatê-los muito fortemente", afirma Enrico Fontes, presidente da entidade.

Samuel Soares, gerente de marketing da empresa no Brasil, afirma que a companhia não sofreu qualquer tipo de notificação por parte do governo nem enxerga barreiras impostas por parte da indústria hoteleira.

"Muito pelo contrário. Estamos cientes do incentivo que o governo federal, principalmente por meio do Ministério do Turismo, tem dado para o fomento a hospedagens alternativas", diz ele.