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PIB europeu fraco eleva pressão por mais estímulos
Retração de Alemanha e Itália leva zona do euro a ficar estagnada no 2º tri
Temores de deflação também contribuem para pedidos de novas ações por parte de BC do bloco de 18 países
A economia da zona do euro ficou estagnada no segundo trimestre, colocando mais dúvidas sobre a recuperação do bloco de 18 países e aumentando a pressão para que o BCE (Banco Central Europeu) tome medidas para impulsionar o crescimento.
Os pedidos por mais ação por parte do BCE ganharam ainda mais força nesta quinta-feira (14) porque também foi conhecido que a inflação na região em julho foi a mais baixa em quatro anos e meio (0,4% em 12 meses), com vários países tendo deflação.
A deflação preocupa porque indica que o consumidor não está disposto a gastar e que as empresas estão baixando os preços para atraí-los.
O resultado do PIB de abril a junho interrompe uma sequência de quatro trimestres seguidos de crescimento e é reflexo dos maus resultados dos três gigantes do bloco: Alemanha, França e Itália.
Alemanha e Itália (a primeira e a terceira maiores economias da zona do euro, respectivamente) tiveram contração no segundo trimestre ante os três primeiros meses de 2014. Já a economia francesa ficou estagnada.
A Alemanha, que responde por mais de um quarto da produção da zona do euro, registrou queda de 0,2% em seu PIB, a primeira contração desde o trimestre final de 2012, em parte por falta de investimento e pela deterioração na confiança causada pelas sanções da União Europeia contra a economia russa devido ao papel de Moscou na crise da Ucrânia.
O desânimo europeu contrasta com a recuperação nas demais economias avançadas. O PIB da zona do euro cresceu 0,7% em 2013, avanço menor que o americano (2,4%) e o britânico (3,1%).
Não é só isso: EUA e Reino Unido já superaram seu pico econômico pré-crise global, mas o bloco europeu continua menor do que era antes do colapso do Lehman Brothers, quase seis anos atrás.
AÇÃO CONTRA A CRISE
A combinação de economia estagnada, deflação em vários países e um cenário externo complexo (com problemas na Ucrânia e no Oriente Médio) levou analistas a reforçar seus pedidos por mais ação pelo BCE.
Eles querem que o organismo siga o exemplo dos bancos centrais de EUA e Reino Unido e crie um programa de aquisições de títulos em larga escala, ou relaxamento quantitativo, para aumentar a liquidez do sistema financeira e estimular a economia.
"É hora de o BCE tomar o controle e de termos medidas reais, e não as providências fracas anunciadas em junho", disse Ricard Barwell, economista do RBS.
Em junho, o órgão não só reduziu a taxa básica de juros, para 0,15%, como deixou negativa (-0,1%) a taxa que o BCE paga aos bancos que deixam seu dinheiro depositado na instituição, visando estimular os empréstimos a consumidores e empresas.