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BC dos EUA avalia se deve antecipar início do ciclo de aumento dos juros

Crescem divergências entre ala que quer manter estímulo à economia e grupo que pede retirada

Taxa atual beira zero; movimento interessa a emergentes, que podem perder investidor para o mercado americano

DE SÃO PAULO

O aquecimento da economia dos EUA nos últimos meses já leva o Federal Reserve, banco central do país, a questionar se a retomada ganhará mais fôlego ainda. A resposta a essa pergunta é crucial para saber quando elevar a principal taxa de juros do país, hoje perto de zero.

As atas da reunião mais recente do comitê de política monetária do Fed, divulgadas ontem, indicam uma divisão no grupo sobre antecipar ou não a elevação dos juros, que flutuam atualmente em uma faixa entre zero e 0,25% ao ano. Nos encontros anteriores, a indicação foi que a alta só viria em 2015.

O movimento é especialmente importante para países emergentes como o Brasil, pois pode atrair de volta ao mercado americano investidores que migraram seu dinheiro para outras praças em busca de retornos maiores.

Os juros nos EUA foram reduzidos no final da década passada como parte do pacote de estímulos à economia então em crise.

Outro elemento-chave de incentivo foi a recompra de títulos do Tesouro americano e de títulos do mercado hipotecário, que vem injetando dinheiro no mercado nos últimos anos e que deve chegar ao fim em outubro próximo.

Indicadores recentes em várias frentes mostram que, após vários alarmes falsos, a economia americana enfim "pegou no tranco". No segundo trimestre, o PIB cresceu a 4%, em dados anualizados.

A dúvida que divide agora os membros do comitê de política monetária, conforme transparece nas atas, é se o Fed pode ou não contribuir para acelerar o crescimento e, por conseguinte, se as atuais políticas de incentivo devem ser mantidas.

A presidente do Fed, Janet Yellen, e seus aliados defendem que sim, afirmando que os estímulos podem agora reduzir o desemprego --embora muito abaixo do pico de 10% atingido em 2009, os atuais 6,2% ainda não estão no patamar médio dos anos pré-crise, em torno de 5%.

Mas a oposição a Yellen no comitê cresce, argumentando que, ao menos em termos de ações do Fed, o quadro não ficará melhor do que já está e é preciso recolher o arsenal de estímulos para manter a inflação sob controle.

"Os participantes [do comitê] em geral concordam que tanto a melhora recente nas condições do mercado de trabalho quanto o progresso obtido no último ano foram acima do que se esperava, e as condições do mercado de trabalho se tornaram visivelmente mais próximas do que as consideradas normais no longo prazo", dizem as atas.

"Os participantes divergem, porém, na avaliação sobre o quanto há ainda de mão de obra ociosa no mercado de trabalho e como medi-la."

A partir desta sexta-feira (22), os responsáveis pela política monetária dos EUA se reúnem em sua conferência anual na cidade de Jackson Hole, norte do país. A expectativa dos analistas é que eles deixem mais claro quando os juros voltarão a subir.


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