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Em último encontro antes de eleição, BC mantém juros em 11%

Decisão foi unânime e Copom reforçou sinalização de que não mudará política neste ano

Para analistas, retração mostrada pelo PIB não permitiria nova alta, mas inflação atual impediria corte na taxa

EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA

Em seu último encontro antes das eleições, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) manteve a taxa básica de juros em 11% ao ano e reforçou a sinalização de que não vai mudar a política monetária este ano. A decisão foi unânime.

O BC já havia indicado nos últimos meses não ter a intenção de mexer nos juros. Por isso, o resultado do encontro desta quarta-feira (3) já era esperado pela maioria dos analistas.

Em seu comunicado, o Copom repetiu a afirmação, feita na reunião anterior, em julho, de que tomou a decisão "avaliando a evolução do cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação".

Retirou, entretanto, a expressão "neste momento", usada pelo BC para indicar possibilidade de mudança nos juros no futuro.

Na avaliação do mercado, o quadro de retração da economia mostrado pelos dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados na sexta (29) não permite elevação da taxa. Contra o aperto nos juros pesam ainda pressões em um período de disputa eleitoral.

Por outro lado, a inflação está no limite da meta fixada pelo governo, o que não deixa espaço para um corte de juros neste momento.

O comitê volta a se reunir nos dias 28 e 29 de outubro, após a data marcada para o segundo turno das eleições.

Os juros estão em 11% desde abril. Apesar de não ter mexido na taxa nas três reuniões seguintes, o BC anunciou recentemente dois pacotes de incentivo ao crédito.

A baixa demanda por empréstimos, no entanto, faz com que a maior parte do dinheiro liberado para estimular o crescimento esteja aplicada em títulos públicos.

Reportagem da Folha desta quarta (3) mostrou que o Ministério da Fazenda calcula que o recente ciclo de alta dos juros foi responsável por um recuo de até um ponto percentual no PIB brasileiro. De seis fatores relacionados, internos e externos, a alta de juros foi a que mais reduziu o crescimento brasileiro.

O estudo foi visto, por governo e analistas, como um recado ao BC de que o aperto nos juros pode ter sido maior que o necessário. Também seria uma resposta a críticas de que a política econômica atual teria gerado inflação alta e economia estagnada.

Quando o BC iniciou o aperto monetário, a inflação acumulava alta de 6,6% nos 12 meses encerrados em março de 2013. Hoje, o IPCA está em 6,5%, com chances de superar esse patamar --teto da meta-- até o fim do ano.

Dados do IBGE divulgados na semana passada mostraram que o PIB brasileiro encolheu por dois primeiros trimestres seguidos neste ano. Ou seja, a queda do PIB não foi suficiente para derrubar a inflação. Já o aumento dos juros, segundo o BC, evitou a disparada dos preços.

Trazer os juros para o patamar mais baixo dos últimos anos era uma das principais metas do governo Dilma. A Selic, entretanto, já está acima dos 10,75% verificados no fim do governo Lula.


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