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EUA têm em agosto menor criação de emprego neste ano

Economia americana gerou 142 mil postos no mês passado, ante média de 225 mil de janeiro a julho

Após crescimento forte do PIB no 2º trimestre, economistas acham que dado pode ter "ruído' e esperam revisão

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

Contrariando todas as expectativas, os EUA criaram 142 mil vagas de emprego em agosto ""o menor número desde dezembro passado. Os dados foram vistos com desconfiança por especialistas, principalmente após o avanço de 4,2% do PIB (na taxa anualizada) no segundo trimestre.

A expectativa era de que fossem criadas cerca de 225 mil vagas --média registrada nos primeiros sete meses do ano. O desemprego, antes em 6,2%, caiu para 6,1%, mesmo índice registrado em junho.

A queda no desemprego, no entanto, pode ser resultado de uma redução na quantidade de americanos procurando emprego. A parcela de pessoas em idade de trabalhar que estão empregados ou ao menos buscando um emprego caiu para 62,8% em agosto ante 62,9% em julho.

Para analistas, é possível ainda que haja "ruídos" nos números, já que o levantamento mensal tem margem de erro de 90.000 vagas.

O economista-chefe da Moody's Analytics, Mark Zandi, aposta que o número será revisado para cima, no próximo mês. "Eu não acredito nesse número. Ele não é consistente com nada", disse à rede de TV CNBC, se referindo a outros indicadores, como o aumento do PIB.

Na última semana, uma revisão do PIB mostrou que o país cresceu 4,2%, na taxa anualizada, no segundo trimestre do ano --nos primeiros três meses de 2014, houve queda de 2,1%.

Diante da confirmação do crescimento, alguns analistas especularam se o Fed (banco central dos EUA) poderia antecipar o aumento dos juros ""que hoje flutuam entre zero e 0,25% ao ano"", previsto para 2015.

A fraca criação de vagas, contudo, pode pesar a balança para o outro lado, freando qualquer intenção de adiantar a elevação dos juros.

Para Gad Levanon, economista do The Conference Board, a desaceleração na criação de vagas foi "surpreendente" diante do quadro atual da economia. "Parece mais um caso isolado", disse ao "Financial Times".

Michael Gapen, economista do Barclays, os números de emprego, entretanto, confrontam os números de crescimento do segundo trimestre com a "realidade" dos três meses seguintes.

Para Tom Perez, secretário de Trabalho, é preciso olhar os dados de forma mais "abrangente". "Temos 54 meses consecutivos de crescimento de vagas no setor privado, o maior período até hoje registrado, e somamos mais de 10 milhões de empregos neste período", disse.

O secretário defendeu que é preciso engatar num caminho de "crescimento" e que, para isso, é preciso aumentar o salário mínimo --uma bandeira do governo Barack Obama que encontra resistência no Congresso.

A média de salários aumentou 2,1% em agosto ante o mesmo mês em 2013.

A presidente do Fed, Janet Yellen, também estaria preocupada com o lento avanço dos salários, além do ainda elevado número de americanos que querem empregos de período integral, mas têm de aceitar os de meio período, e os que estão desempregados há muito tempo. Estes últimos ainda somam 3 milhões.


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