Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Renda na indústria encolhe 3,4% em julho

Queda de salários reflete excesso de mão de obra após cortes; no ano, há avanço de 0,6%

PEDRO SOARES DO RIO

Após quase três anos de fechamento de vagas na indústria, os rendimentos dos trabalhadores do setor já mostram deterioração: a folha de pagamento caiu 3,4% em julho na comparação com o mesmo período de 2013.

É a segunda perda seguida. Com esse resultado, a renda do setor acumula alta de apenas 0,6% de janeiro a julho, ritmo mais moderado do que em períodos anteriores.

Em 2013, a renda na indústria avançou 1,3%, abaixo dos 4,4% de 2012, mostra o IBGE.

Para especialistas, o resultado acumulado no ano ainda é positivo em razão dos custos elevados para demitir e treinar trabalhadores, da previsão de recuperação da economia neste semestre e da competição por trabalhadores em ramos dinâmicos, como o de serviços.

Mas o impacto dos sucessivos cortes é ter tornado a oferta de trabalhadores excessiva, o que agora os sujeita a ganhar menos.

"O emprego registra os piores resultados desde a crise global de 2009 e esse cenário já se reflete na redução do rendimento. Com menos vagas e mais pessoas à procura de trabalho, a tendência é que os salários caiam", diz Rodrigo Lobo, do IBGE.

Com a sinalização cada vez mais clara de que a indústria não irá decolar tão cedo num cenário de juros elevado, crédito escasso e consumo em forte desaceleração, os empresários começaram a demitir e buscaram repor algumas vagas com salários menores.

Tal tendência, afirma Fernando Holanda, economista da FGV, ainda se restringe à indústria, mas poderá contagiar outros setores no próximo ano se a economia continuar a evoluir lentamente --a previsão é que o PIB deste ano cresça apenas 0,5%.

O emprego industrial caiu 3,6% em julho em relação a julho de 2013, o 34º resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e o pior desde novembro de 2009 (-3,7%).

O número de ocupados recuou 0,7% sobre junho, apesar do avanço da produção de 0,7% de junho para julho.

Pelos dados do IBGE, os setores que lideram as demissões e reduziram mais os salários são os que sofrem maior concorrência com produtos importados ou dependem de exportações, além dos que estão vinculados aos investimentos (destaque negativo no PIB dos dois primeiros trimestres deste ano).

Estão na lista de corte de salários os de aparelhos eletroeletrônicos e comunicação (4,3%), madeira (3,7%), produtos de metal (3,6%), calçados e couro (3%) e máquinas e equipamentos (1,8%).

Em julho, todas as 14 regiões pesquisadas pelo IBGE tiveram queda no emprego na comparação com igual mês de 2013. O destaque foi São Paulo, cuja retração de 5,1% foi a pior da série histórica do IBGE, iniciada em 2001, ao lado de Rio Grande do Sul (3,8%) e Paraná (5,6%).


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página