Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

BC só vê inflação dentro da meta em 2016

Apesar de projeção, autoridade monetária mostra otimismo e avalia não haver mais "resistência" em alta de preços

Ata do Copom cita mais equilíbrio do consumo com investimento, mas indica que não pretende alterar juros neste ano

EDUARDO CUCOLO GUSTAVO PATU DE BRASÍLIA

O Banco Central adotou um discurso mais otimista sobre a inflação, apesar de afirmar que o índice oficial de preços ao consumidor só começará a recuar em direção à meta do governo, de 4,5% ao ano, em 2016.

A instituição avalia agora que a inflação continua elevada, mas não mostra mais "resistência", de acordo com afirmações feitas na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada nesta quinta (11).

A palavra "resistência" era citada pelo comitê desde janeiro do ano passado como parte das justificativas para o aperto de juros promovido entre abril de 2013 e de 2014.

Na ata anterior, de julho, mesmo com o ciclo de alta da taxa encerrado, o BC continuava a usar essa expressão, que aponta um grau maior de preocupação com os preços.

Na semana passada, na última reunião antes das eleições, o comitê manteve os juros em 11% ao ano. No documento divulgado ontem, o BC reafirmou que não pretende mexer na taxa este ano.

O IPCA está em 6,51% no acumulado em 12 meses, acima do limite fixado pelo governo, de 4,5% com dois pontos percentuais de tolerância.

O BC sinaliza no documento que não pode reduzir os juros porque a inflação está alta, mas também não precisa elevá-los, pois o comportamento dos preços será mais favorável no futuro.

A decisão do Copom foi anunciada depois dos dados do PIB, que mostraram que a economia encolheu nos dois primeiros trimestres do ano.

DEMANDA

No documento, o BC diz apenas que a demanda não cresce mais acima da oferta e que há um equilíbrio maior entre consumo e investimento, dois fatores que vão ajudar a segurar a inflação.

Para justificar a avaliação mais otimista sobre os preços, o comitê afirma ainda que, mantidos os juros (e o dólar em R$ 2,25), "a inflação entra em trajetória de convergência" para 4,5% "nos trimestres iniciais de 2016".

Para 2014, a projeção para a inflação recua em relação ao valor calculado em julho, mas continua acima de 4,5%. Para 2015, as projeções não mudaram e também estão acima da meta --o BC não divulga números exatos na ata.

Luciano Rostagno, estrategista chefe do Banco Mizuho do Brasil, afirmou que a queda da inflação está condicionada a outros fatores, como a política fiscal mais rígida e reformas econômicas a partir de 2015. "Caso contrário, as taxas de juros terão de subir novamente", afirmou.

O Copom diz ainda no texto que tarifas e preços controlados continuarão a subir acima de 4,5% até, ao menos, 2016. Só neste ano, a alta esperada é de 6%, parte da qual se deve ao reajuste estimado pelo BC para a conta de luz, que foi de 14% para 16,8%.

Horas após a divulgação do documento, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que as medidas de incentivo ao crédito anunciadas em julho e agosto já resultam em aumento de concessões. "Em especial, em financiamento de veículos e capital de giro."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página