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PIB do país sofre maior corte pela OCDE

Em cenário de piora global, previsão é que Brasil vai crescer 0,3% em 2014, e não 1,8%, como estimava em maio

Entidade atribui desempenho fraco da economia à incerteza política e à falta de controle inflacionário

DE SÃO PAULO

Após a confirmação no fim do mês passado de que o PIB brasileiro teve retração nos dois primeiros trimestres deste ano, a OCDE (organização que reúne grandes economias globais) também reduziu a sua previsão para o crescimento do país neste ano.

A entidade projeta agora expansão de 0,3% no PIB, ante alta, anunciada em maio, de 1,8%--foi o maior corte feito pela organização em relação a previsão anterior. Os países ricos (EUA e França, por exemplo) também tiveram piora em seu cenário, mas o mesmo não ocorreu com os emergentes China e Índia.

A previsão para a economia brasileira só não é pior que a para a italiana (estimativa de contração de 0,4%).

"O investimento [no Brasil] tem sido particularmente fraco, minado pelas incertezas sobre a direção da política após as eleições e a necessidade de que a política monetária controle a inflação", afirmou a OCDE.

Se no Brasil pesa mais o cenário interno, as causas para o pessimismo global passam por conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia e pela incerteza sobre o resultado do referendo para a independência da Escócia. Os três casos afetam diretamente o setor energético.

Além disso, o PIB da zona do euro (bloco de 18 países que tem a moeda em comum) ficou estagnado no segundo trimestre, e há expectativa de mais detalhes sobre os estímulos recentemente anunciados pelo BCE (BC local) para tirar a economia do marasmo.

No Japão, o resultado do segundo trimestre foi ainda pior: queda de 7,1% (na taxa anualizada), a maior desde 2011, na época do tsunami.

A economia americana, por sua vez, se recuperou entre abril e junho, mas depois de uma retração expressiva nos três primeiros meses deste ano. O resultado é que a OCDE diminuiu sua previsão de crescimento da maior economia mundial neste ano de 2,6% para 2,1%.

As exceções foram a Índia, que teve a projeção aumentada de 4,9% para 5,7%, e a China, estável em 7,4%.

CENÁRIO BRASILEIRO

O anúncio da OCDE ocorreu no mesmo dia em que o boletim Focus --pesquisa com economistas de várias instituições financeiras e divulgada pelo Banco Central-- baixou a previsão para o crescimento do PIB deste ano pela 16ª semana consecutiva.

A pesquisa diminuiu a previsão de 0,48% da semana passada para 0,33%.

A uniformidade nas projeções de analistas brasileiros e estrangeiros reforça o momento desanimador do desempenho econômico.

Na quinta-feira (11), o IBGE divulgou que as vendas no varejo recuaram 1,1% em julho sobre o mês anterior. É o pior resultado desde outubro de 2008, quando houve o estouro da crise global.


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