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FGV vê economia estagnada até o final do ano

Indicador que busca antever desempenho econômico volta a cair em agosto

TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO

A economia brasileira deve continuar estagnada nos próximos meses, à espera de uma definição da eleição presidencial e da reversão das expectativas de empresários, consumidores e investidores.

A avaliação é de Paulo Picchetti, economista da Fundação Getulio Vargas, que divulgou nesta quarta-feira o seu indicador antecedente, calculado com o instituto americano The Conference Board, referente a agosto.

Elaborado para antever o comportamento da economia, o índice recuou 0,4% no mês passado, interrompendo a recuperação de julho, quando subiu 2%. O resultado de julho foi o único positivo de janeiro a agosto deste ano.

Para Picchetti, o resultado confirma o quadro de estagnação da economia, que deve continuar. "Pelo menos até o final do ano, antevemos dificuldades para retomar o crescimento econômico."

Dos 8 componentes analisados no indicador, apenas 3 melhoraram em agosto. É o caso da expectativa da indústria, cujo índice de confiança passou de 82,9 em julho para 84 pontos no mês passado.

O economista diz, no entanto, que é cedo para falar em reversão da tendência de pessimismo no setor. "Houve reação em agosto, mas diante de uma uma base de comparação muito fraca."

Também houve melhora nas expectativas dos investidores, demonstradas pelas medidas de taxa de juros e do índice Ibovespa.

Picchetti lembra, porém, que esses componentes estão muito influenciados pelas pesquisas eleitorais e podem, portanto, refletir mais movimentos especulativos do que uma recuperação, de fato, dos níveis de confiança.

Do outro lado, contribuíram negativamente para o indicador as expectativas do consumidor, do setor de serviços e o desempenho do comércio exterior, devido principalmente à queda no volume das exportações.

Para Picchetti, apenas um choque nas expectativas de todos os agentes econômicos fará com que o Brasil volte a crescer. "Isso passa pelo resultado das eleições e pela conjuntura externa", disse.

Apesar da perspectiva negativa para os próximos meses, Picchetti lembra que o país ainda não vive o quadro de recessão clássica, pois o mercado de trabalho não mostra resultados negativos.

O indicador coincidente composto da FGV, que mede as condições econômicas atuais, mostrou melhora nos índices de ocupação e renda média real dos trabalhadores em agosto. Também divulgado nesta quarta, o indicador subiu 0,2% em agosto, após expansão de 0,1% em julho.


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