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Índice de desemprego fica em 5% e procura por trabalho diminui

Dado do IBGE é o primeiro completo após mais de dois meses de greve; média no ano é 4,9%

Resultado é o melhor para o mês de agosto desde 2002; impulso da Copa fez vagas informais aumentarem

PEDRO SOARES DO RIO

Após três meses em que foi afetada pela greve do IBGE, a pesquisa de emprego saiu com dados completos e apontou uma taxa de desemprego de 5% em agosto, a mais baixa para o mês desde 2002.

Ainda assim, o levantamento mostrou sinais de esgotamento do mercado de trabalho, como a menor procura em razão do desalento.

Desde janeiro, o índice permanece em torno de 5%. Foi de 4,9% em julho. Na média de janeiro a agosto, o percentual ficou em 4,9%. O que tem segurado a alta da taxa é a redução da busca por trabalho.

Entre agosto de 2012 e o mesmo mês do ano passado, 676 mil pessoas migraram para a inatividade.

"Em agosto, o que vimos foi um crescimento expressivo da ocupação, mas que não foi suficiente para cobrir a procura e baixar a taxa de desemprego, que tem sido fraca", disse Cimar Azeredo Pereira, coordenador do IBGE.

Para o Bradesco, a taxa de desemprego ficou ligeiramente acima da projeção (4,9%, a mesma do mercado) e seu "baixo patamar nos últimos meses tem sido explicado principalmente pela retração da PEA [População Economicamente Ativa]", que não evolui de acordo com o crescimento demográfico.

Ante agosto de 2013, a população com idade para trabalhar (mais de dez anos) cresceu 1,2%; já a PEA caiu 0,7%.

Além da possibilidade de desalento num momento de fraco crescimento econômico, o fato de a renda familiar continuar em alta --1,7% de junho para agosto-- também confere "lastro" para alguns membros da família ficarem fora do mercado de trabalho até que a situação melhore.

Nesse caso, mulheres e jovens, por exemplo, podem escolher cuidar dos filhos, estudar ou se qualificar para voltar a buscar emprego em melhores condições.

Em relatório, o Credit Suisse diz que o "número [desta quinta] reforçou a visão de que o cenário mais provável é de aumento na taxa de desemprego em 2015". A saída de pessoas da força de trabalho, diz o banco, explica "em grande parte" a estabilidade.

VAGAS INFORMAIS

Outro ponto negativo foi o ritmo maior na geração de vagas informais, pois boa parte dos trabalhos eventuais é contratada por diárias ou desempenhada por trabalhadores por conta própria.

Em agosto, houve expansão de 0,8% do total de ocupados, com um acréscimo de 178 mil pessoas sobre julho. Na comparação com agosto de 2013, o número caiu 0,4%.

Desses 178 mil, 49 mil (alta de 2,4% ante julho) são empregados sem registro e 56 mil (1,3%) representam trabalhadores autônomos. O emprego com carteira também cresceu, mas mais devagar (0,7%, ou 84 mil pessoas).

"Parte do aumento do emprego se explica por Copa e eleições, que empregam informalmente mais", diz Fernando Holanda, da FGV.

Apesar disso, a formalização nos últimos anos elevou o total de empregados com carteira a 50,8% dos ocupadas nas seis principais regiões metropolitanas do país.


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