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Apesar de medidas do BC, cai em agosto concessão de empréstimo
Crédito cuja taxa não é regulada pelo governo recuou 2,2% na comparação com mês anterior
Juro médio para pessoa física interrompe sequência de 7 meses consecutivos de alta e tem queda de 0,1 ponto
As medidas de estímulo ao crédito anunciadas pelo Banco Central nos últimos dois meses ainda não tiveram efeito sobre os financiamentos com crédito livre, em que as taxas não são reguladas pelo governo. Em agosto, essas concessões recuaram 2,2% na comparação com julho.
Para as pessoas físicas, a concessão de empréstimos caiu 3,7% no mês passado e, para pessoas jurídicas, teve redução de 0,4%, mostraram números pelo BC divulgados nesta sexta-feira (26).
Desde julho, para ampliar a oferta de crédito no país e aquecer a economia, o governo liberou recursos que os bancos são obrigados a manter depositados no BC e também afrouxou controles para a concessão de empréstimos e normas voltadas para o financiamento de imóveis e veículos.
No mês passado, o financiamento dos veículos, um dos principais focos das medidas, teve retração de 2,8%, somando R$ 7,6 bilhões.
O estoque total de crédito concedido pelos bancos para a compra de automóveis recuou pelo sétimo mês consecutivo, em 2,8%.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, disse que as medidas de estímulo ao crédito devem levar cerca de seis meses para surtir efeito mais expressivo.
"Os impactos das medidas são modestos e têm efeito mais a médio prazo, principalmente nas modalidades de mais longo prazo, como aquisição de veículos."
Considerando as concessões totais, incluindo também o crédito direcionado, em que os juros são regulados, o recuo foi menor em agosto, de 0,5%. Isso porque empréstimos como o imobiliário e os financiamentos com recursos do BNDES tiveram aumento.
Para o ano, o BC manteve sua projeção de ampliação de 12% do estoque de crédito no país, a mesma estimativa de antes do anúncio do pacote de medidas.
JUROS
Em agosto, o juro médio do crédito livre à pessoa física interrompeu sequência de sete meses consecutivos de alta. A taxa caiu 0,1 ponto percentual em agosto em comparação com julho, fechando em 43,1% ao ano. Para as empresas, o recuo foi de 0,3 ponto, para 22,8% ao ano.
Maciel, do BC, afirmou que os juros estão oscilando no mesmo patamar desde a interrupção do ciclo de alta da Selic, no fim de maio.
Naquele mês, a taxa básica de juros foi mantida em 11% ao ano. Em agosto, a inadimplência média continuou estável, em 5%.