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Alta da indústria em agosto não recupera as perdas deste ano

Atividade subiu 0,7% sobre o mês anterior, baseada principalmente no resultado da indústria extrativa

Desde janeiro, setor já acumula queda de 3,1%; economistas preveem que resultado do ano encolha 2%

PEDRO SOARES DO RIO

A indústria registrou em agosto alta de 0,7% sobre julho, a mesma do mês anterior, mas a retomada não livrará o setor de um fraco desempenho neste ano. O setor acumula queda de 3,1% de janeiro a agosto.

O resultado de agosto ficou no topo das projeções dos analistas que, em média, esperavam alta de 0,1%. Apesar da melhora, a quantidade de produtos fabricados, em agosto, ficou 0,2% abaixo da de novembro de 2009, quando o país vivia o pior ano da crise financeira global.

Juros maiores, confiança de empresários e de consumidores debilitada, invasão de produtos importados e dificuldades de exportar drenaram a força do setor. Com isso, a indústria ficou em agosto 6,2% abaixo do seu pico de produção, em julho de 2013.

A melhora recente foi calcada no avanço da produção de petróleo (de 2,4%), graças à maior extração da Petrobras. A reação não foi espalhada entre os setores.

EXTRATIVAS EM ALTA

O ramo extrativo, o que mais contribuiu para o desempenho de agosto, registra seis altas seguidas.

Ligado também à estatal, o segmento de refino de petróleo (prejudicado por paradas e acidentes em unidades da empresa) e biocombustíveis se recuperou. Cresceu 1,5% após forte queda em julho (2,3%) e figurou entre as principais altas de agosto.

Já o setor de veículos, de grande peso, não sustentou o bom desempenho de julho (8,4%) e caiu 1,5% em agosto, reflexo do acúmulo de estoques e vendas fracas.

Para André Macedo, gerente do IBGE, o consumo combalido das famílias, em especial das de menor renda, também afeta a indústria. Os salários crescem menos neste ano e há mais comprometimento da renda com dívidas.

Esse ambiente de incertezas e estoques elevados, diz, leva o setor a um comportamento "errático" visto em ramos como bebidas, veículos e farmacêutico --os com pior desempenho em agosto.

José Kobori, economista do Ibmec, diz que a alta de agosto "não significa nada" ao olhar dados de longo prazo.

"Além do petróleo, a recuperação em agosto foi baseada na produção de outros bens intermediários [insumos como aço, peças, químicos e outros], em alta graças às encomendas das fábricas de produtos de consumo final [veículos, eletrodomésticos etc.], que têm de finalizar sua produção em outubro para o Natal."

Com esse cenário, economistas esperam um tombo da ordem de 2% da indústria neste ano. Em 12 meses encerrados em agosto, o recuo ficou em 1,8%.

PIB

Embora o resultado em agosto esteja acima do esperado, ele deve alterar "muito marginalmente" as previsões para o PIB, segundo Rafael Bacciotti, da Tendências. A expectativa é crescimento da de 0,5% no terceiro trimestre --reação ante à queda de 0,6% do segundo trimestre.


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