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Vaivém das Commodities

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Arroba de gado mantém alta, mas não há recomposição de rebanho

A arroba de boi termina o mês em alta. Atingiu R$ 98 ontem em São Paulo devido a uma redução na oferta de gado para abate. Essa oferta menor manterá os preços aquecidos em novembro, quando a arroba atingirá o pico do ano.

A avaliação é de José Vicente Ferraz, diretor-técnico da Informa Economics FNP. "Este está sendo um ano de preços relativamente bons para os pecuaristas, e o valor da arroba deverá ficar acima do da média histórica."

A rentabilidade, no entanto, não é das melhores, devido aos elevados custos vividos pelo setor, afirma Ferraz.

Mas há um fenômeno estranho nesse cenário, diz o diretor da Informa. Apesar da alta dos preços, não está havendo reposição do rebanho.

Um dos motivos, segundo ele, é que a pecuária perde espaço "seriamente" para o cultivo de grãos, que estão com rentabilidade maior.

Essa margem maior de ganho na agricultura provoca a transferência de terras de pastagem para a produção de grãos.

A perda de espaço da pecuária terá impacto na produção nos próximos anos. Esse, no entanto, será limitado. Os pecuaristas vão compensar a redução de área com ganho de produtividade, diz Ferraz. "Leva um tempo, mas a compensação virá."

O analista da Informa diz que esse desequilíbrio de rentabilidade entre pecuária e grãos não persistirá. Ele acredita que os preços dos grãos poderão cair, mas pouco. "Não voltarão mais aos patamares históricos devido à demanda crescente."

A saída, na avaliação dele, será uma recuperação dos preços na pecuária. Essa melhora poderá fazer com que parte das terras de pastagem direcionadas para a produção de grãos volte, segundo Ferraz. Isso deve acontecer principalmente com os pecuaristas que adotaram a agricultura.

Os prazos na agricultura são bem diferentes dos da pecuária e não é fácil para os pecuaristas administrarem uma lavoura. Já as terras de pecuária adquiridas por produtores agrícolas deverão continuar na produção de grãos.

FIM DE ANO

O valor médio anual da arroba de boi deverá ficar em R$ 98 neste ano, um pouco abaixo do de 2011. A partir da segunda quinzena de novembro, os preços sobem ainda mais.

A sustentação dos preços virá tanto das exportações como da demanda interna. As vendas externas, na pior das hipóteses, repetem o ano passado. O câmbio está favorável às exportações e os concorrentes diretos do Brasil nesse setor têm problemas de custos ainda maiores por utilizarem grãos na alimentação do gado.

A pressão nos preços internos virá, ainda, porque esse é um período de baixa oferta de animais para abate e de aumento de consumo devido às festas de fim de ano.

A oferta de gado será menor também porque haverá uma redução de animais oriundos de confinamentos.

A sinalização de preços menos atraentes no mercado futuro e os elevados custos neste segundo semestre afastaram parte dos pecuaristas do confinamento, reduzindo a oferta de gado neste final de ano, diz Ferraz.


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