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Com a Selic reduzida, imóveis são uma boa opção, mesmo com liquidez menor?
T.R., São José dos Campos (SP)
RESPOSTA DO PROFESSOR DO INSPER MICHAEL VIRIATO - A taxa básica de juros, a Selic, referencia o rendimento de várias aplicações como, por exemplo, o rendimento da poupança -que é de 70% desse juro mais a variação da TR (Taxa Referencial)-, dos títulos do governo pós-fixados (LFT) e de outros instrumentos que remuneram o CDI, como o CDB oferecido nos bancos.
A Selic caiu para 7,25%, de um patamar de 12,5% ao ano em agosto de 2011, e trouxe para baixo o rendimento de diversas aplicações, como as citadas acima.
Considerando uma alíquota média de Imposto de Renda de 20% sobre os rendimentos e a inflação esperada, medida pelo IPCA, de 5,5% ao ano, o retorno proporcionado pelas aplicações atreladas ao CDI cobriria apenas a inflação esperada.
Não é recomendável, portanto, que você concentre todos os seus investimentos apenas em aplicações indexadas ao CDI.
A alternativa para escapar do retorno menor é buscar uma maior diversificação da sua carteira.
Na busca por um retorno maior, a diversificação ocorrerá em produtos que adicionam maior risco de variação de preços e maior risco de liquidez (facilidade para negociação) dos ativos.
Para essa diversificação, o investidor pode utilizar: ações, fundos de ações, imóveis, fundos imobiliários, produtos de renda fixa privada (CRI, LCI, debêntures etc.), fundos multimercados, títulos públicos prefixados e referenciados a índices de preços de longo prazo e outros.
Neste processo da modificação do portfólio, a escolha da proporção do patrimônio que será investida em cada produto é muito importante.
Investidores menos conhecedores dos riscos de cada produto devem procurar ajuda de um profissional de investimento.
CENÁRIO
Este é o momento certo para investir em ações ou de aguardar mudanças no cenário econômico? Se for para esperar, quanto tempo?
J. P., de Campinas (SP)
RESPOSTA - Nos últimos 15 anos, o Ibovespa teve uma valorização positiva de 520%. Dos 180 meses desse período, o índice teve retorno positivo em 102 meses.
Se dentre os 180 meses, o investidor não estivesse investido na Bolsa apenas nos 10 meses em que o Ibovespa teve as maiores altas, seu retorno total nos últimos 15 anos teria sido de 14%.
Portanto, ter algum investimento em ações é recomendável.
Uma estratégia alternativa seria construir uma faixa com um limite inferior e superior de aplicação do seu patrimônio na Bolsa.
Se a proporção do seu portfólio oscilar com a variação do Ibovespa e atingir um dos limites, você reajusta a proporção para o meio da faixa.
FORMATURA
Administro recursos para uma formatura e recebo
R$ 15 mil por mês. Temos que chegar a R$ 1 milhão. Onde devo guardar o dinheiro e qual é a melhor aplicação para essa quantia?
M.C.Z., de São Paulo (SP)
RESPOSTA - O planejamento de poupança para um gasto específico, como a formatura, deve considerar ao menos três fatores: o valor total necessário para o gasto, uma taxa de retorno conservadora e o prazo de acumulação.
Considerando um aporte mensal de R$ 15 mil e quatro anos de contribuição, o retorno necessário para atingir o objetivo de R$ 1 milhão é de 1,34% ao mês, ou seja, 17,3% ao ano.
No cenário brasileiro, em que a taxa Selic é de 7,25% ao ano, 17,3% não é uma taxa de retorno conservadora.
Para atingir este retorno, devem ser consideradas alternativas de maior risco como ações, mas que podem comprometer a capacidade de se atingir o objetivo.
Eu invisto em
Leonardo Miggiorin, ator
"Comecei a poupar desde o início da carreira, pois creio que um profissional autônomo deve pensar no futuro. Gosto de investir em imóveis e fundos de ações e imobiliários"