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Análise

Melhora da educação é vital para resolver 'apagão' da mão de obra

CAIO MACHADO ESPECIAL PARA A FOLHA

A economia brasileira desacelerou bem desde o final de 2011 e a primeira metade deste ano. A produção industrial recuou mais de 5% nos doze meses encerrados em junho e o setor de serviços cresceu em ritmo mais fraco que o observado anteriormente.

O mercado de trabalho, no entanto, seguiu apresentando números robustos no que tange a ocupação e a redução persistente do desemprego.

Um dos diversos fatores lembrados por analistas para explicar esse aparente descolamento é a retenção de trabalhadores nas empresas, ação que acaba por elevar os custos de produção e reduz a competitividade do produtor.

Dentre outros fatores, tem pesado na decisão de empresários em manter inalterados seus quadros de funcionários a combinação de escassez de mão de obra qualificada e perspectivas positivas para a economia brasileira nos próximos anos.

Pesquisa realizada pelo ManpowerGroup no início deste ano mostra que 71% dos empregadores brasileiros enfrentam dificuldades para preencher vagas de trabalho.

Na comparação internacional, somente o Japão apresenta proporção maior que essa. Além disso, o levantamento indica que são as vagas de engenharia as mais difíceis de serem preenchidas.

O "apagão" da mão de obra fica evidente quando analisados os dados oficiais.

A teoria econômica indica que a escassez de trabalhadores qualificados incorreria alterações nos mecanismos de preços que equilibra a oferta com a demanda.

A falta de pessoal capacitado seria sinalizada por forte pressão para cima nos salários reais e baixas taxas de desemprego.

Números do Caged mostram que o salário relativo de engenheiros e do total de empregados não para de subir.

Essa relação, que era de 505,8% em janeiro de 2007, é hoje de 786,1%. Ou seja, o salário de admissão médio dos engenheiros já supera em quase oito vezes a média dos demais. Já a taxa de desemprego das pessoas com 11 anos ou mais de estudo é quase 0,5 ponto percentual inferior à taxa total, de acordo com os números do IBGE.

A notícia de que o governo quer facilitar o acesso ao Brasil de trabalhadores estrangeiros qualificados confirma esse diagnóstico. É, porém, medida que passa ao largo de uma solução consistente para o problema.

Aumento do número de vagas em cursos técnico-científicos e melhora substancial da qualidade educacional são ações fundamentais para a reversão desse quadro.


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