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'Não negociamos sob ataques', diz presidente do Casino a Abilio

Presidente do grupo francês, que controla Pão de Açúcar, nega ter recebido proposta de brasileiro

Abilio, que preside conselho da varejista brasileira, quer uma definição para sua saída do grupo

CLAUDIA ROLLI DE SÃO PAULO

Após Abilio Diniz dizer que foi impedido de participar de reunião em Paris do Casino, controlador do GPA (Grupo Pão de Açúcar), com a diretoria-executiva da companhia brasileira, o presidente do grupo francês, Jean-Charles Naouri, deu um ultimato: "Não aceitaremos negociar sob pressão e ataques".

O clima esquentou nas últimas 48 horas, desde que o francês e o brasileiro trocaram e-mails e cartas de conteúdo divulgado pelas partes.

A trégua de setembro, ao menos da boca para fora, quando fizeram acordo para mudar regras de governança para o GPA, foi rompida.

De um lado, o Casino afirma nunca ter recebido proposta "concreta" do brasileiro para sair do negócio, que não tem planos de se desfazer da Via Viarejo, empresa do segmento eletroeletrônico do Grupo Pão de Açúcar, e estar aberto a ouvir uma proposta desde que atenda "aos interesses do GPA, do Casino e de todos os seus acionistas".

Do outro, Abilio afirma que quem ofereceu a Via Varejo, como parte de uma negociação para a sua saída, foi o próprio grupo francês. E, em carta enviada ao Casino na sexta, antes de embarcar para a França, pediu rumo definitivo para as negociações.

"Nunca recebemos algo concreto e viável do seu lado. As ideias trazidas por seus assessores têm como objetivo reescrever a história e nunca reconheceram que temos um contrato vinculante que prevê um contexto claro para sua saída", reagiu Naouri em e-mail para Diniz.

"Não há intenção de reescrever a história", retrucou o brasileiro. Também "lamenta" a atitude "insensata" do Casino de impedi-lo de participar, como presidente do conselho de administração, da reunião de planejamento estratégico do Pão de Açúcar. E reafirma que "sempre cumpriu os contratos firmados e continuará cumprindo".

Em agosto, a Folha mostrou que Diniz queria antecipar sua saída da companhia. Sua parte em dinheiro, na ocasião, beirava R$ 8 bilhões.

Se, para os franceses, não há proposta, para Diniz ela está na mesa há meses, muito antes de entregar o controle do GPA. O empresário deu sinais de que aceita a Via Viarejo e agora está disposto até a abrir mão do prédio sede do GPA, fundado por seu pai.

O conflito começou no ano passado, quando o empresário foi acusado de "trair" o Casino ao negociar a compra do Carrefour no Brasil à revelia dos franceses.


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