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PIB fraco faz total de greves aumentar 25%
Foram 544 paralisações no ano passado, o maior número desde 1997, segundo o Dieese
O crescimento modesto da economia brasileira em 2011 fez com que o número de greves no país atingisse o seu maior patamar em 14 anos.
O total de paralisações no ano passado foi de 544, 25% mais que em 2010 e o maior número desde 1997 (631), segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
"Em 2010, tivemos crescimento da economia de 7,5%. Já em 2011, o PIB cresceu somente 2,7%", afirmou José Silvestre, coordenador de relações sindicais do Dieese.
De acordo com Silvestre, o pessimismo do mercado inviabilizou acordos, levando às paralisações.
"Percebemos o mesmo ao comparar as conjunturas econômicas da última década e dos anos 1990, quando as crises eram mais graves", aponta o coordenador.
No período de 1990 a 1999, houve em média 1.030 paralisações ao ano. Entre 2000 e o ano passado, essa média caiu para 395.
Funcionários públicos estaduais foram os que realizaram mais greves no ano passado: 145 paralisações, 66,6% a mais do que em 2010 (87).
A pesquisa apontou que greves duram mais no setor público do que no privado.
No ano passado, nenhuma paralisação no setor privado ultrapassou 60 dias. No setor público, 10,8% delas ultrapassaram esse período -2,7% passaram de 90 dias.
A falta de regulamentação para negociações no setor público faz com que a paralisação mais longa seja uma forma de pressionar a abertura de negociações.
A piora da economia também influenciou os resultados das negociações. Caiu o número de reivindicações atendidas integralmente.
No setor privado, o número recuou de 30% para 21,6% entre 2010 e o ano passado. No setor público, a retração foi de 13,1% para 9,3%.
Aumentaram ainda o número de reivindicações trabalhistas rejeitadas. Na esfera privada o índice subiu de 3% para 3,6%, e, na pública, de 21% para 31%.