Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Aos 75, morre o jornalista Joelmir Beting

Pioneiro do colunismo econômico nacional, Beting tinha doença autoimune e sofreu acidente vascular encefálico

Jornalista descomplicou o jargão econômico para o público em geral e, como repórter esportivo, deu placa a gol de Pelé

Divulgação
Joelmir Beting no programa "Canal Livre", da Band, do qual participava, aos domingos
Joelmir Beting no programa "Canal Livre", da Band, do qual participava, aos domingos
DE SÃO PAULO

Um dos pioneiros da imprensa econômica brasileira, o jornalista paulista Joelmir Beting morreu na madrugada de ontem em São Paulo, aos 75 anos.

Internado havia mais de um mês no hospital Albert Einstein, Beting estava em estado de coma, decorrente de um acidente vascular encefálico hemorrágico ocorrido no último domingo.

Ele passava por um tratamento para combater uma doença autoimune desde 22 de outubro. O jornalista foi velado no cemitério do Morumbi (zona oeste de São Paulo) e sua cremação está prevista para hoje.

Beting foi um dos mais longevos colunistas de economia do país. Sua coluna diária, lançada em 1970 na Folha, onde permaneceu até 1991, foi publicada durante 34 anos em mais de 50 jornais.

Também inaugurou o comentário econômico em rádio e TV, com colaborações em diferentes períodos nas emissoras Bandeirantes, Record, Globo e Globonews e nas rádios Jovem Pan, Gazeta, CBN e Bandeirantes.

Desde 2004, o jornalista participava do "Jornal da Band", na TV Bandeirantes.

Ao usar linguagem simples e clara para tratar de temas áridos de economia e finanças, Beting ficou conhecido pela capacidade de "traduzir" o jargão econômico para o público em geral.

Deixou uma marca também no jornalismo esportivo. Em 1961, então repórter de esportes, Beting ficou impressionado diante de um gol de Pelé no Maracanã, a ponto de mandar fazer uma placa em homenagem ao craque e instalá-la no estádio.

Após esse episódio, segundo contava o próprio jornalista, a expressão "gol de placa" passou a ser utilizada por radialistas.

"Não sou o criador da expressão. Sou o autor da placa do gol", disse ele em entrevista recente.

TRAJETÓRIA

Formado em sociologia na USP (Universidade de São Paulo), Beting ingressou no jornalismo ainda universitário, como estagiário em veículos esportivos como os extintos "Diário Popular" e "O Esporte".

Com a graduação concluída, em 1966, deu os primeiros passos na área econômica. Trabalhando como redator em uma consultoria econômica, recebeu o convite para escrever reportagens sobre automóveis como forma de atrair leitores ao caderno "Classificados" da Folha.

Dois anos depois, assumiria a chefia da editoria de economia do mesmo jornal.

Beting deixa a esposa, Lucila, com quem era casado desde 1963, e os filhos Gianfranco e Mauro, este último também jornalista.

PESAR

Entidades de classe e autoridades lamentaram ontem a morte do jornalista.

Em nota, a presidente Dilma Rousseff afirmou que Beting "foi um mestre em uma das missões primordiais do jornalismo: a de explicar as notícias mais complexas de uma forma simples, nunca simplória".

Também em comunicado, a Associação Paulista de Imprensa (API) disse que "a imprensa perde uma das vozes de maior credibilidade no noticiário televisivo". A nota afirma ainda que "Joelmir Beting será lembrado como sinônimo de competência, dignidade e profissionalismo."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página