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O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Start-ups precisam de rapidez ao traçar planos

Empresa inovadora tem que identificar problema e solução ao mesmo tempo

Recomendação de empreendedores que montaram start-ups em é não ter medo de encarar mudanças

FILIPE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Por serem inovadoras e buscarem oportunidades de crescimento em um ambiente ainda não explorado, start-ups geralmente não conseguem utilizar planos de negócios tradicionais.

O consultor do Sebrae-SP Roberto Fonseca explica que empresas comuns mapeiam a concorrência, observam todas suas áreas internas e o mercado para escrever um plano extenso e direcionar suas metas e atividades.

Já as empresas inovadoras tem menos referencial histórico para comparar. "O empreendedor tem de estar pronto para mudar o projeto o tempo todo", afirma.

"Um plano com 20, 40 páginas fica velho assim que sai da impressora", diz Yuri Gitahy, investidor-anjo e fundador da Aceleradora. O grupo seleciona e apoia empresas com potencial de crescimento multiplicável.

Para ele, o desafio das start-ups é encontrar, ao mesmo tempo, o problema e a solução que podem oferecer.

O método para essa descoberta é fazer experiências com o produto mais simples possível, explica. Assim, é mais fácil identificar o comportamento dos clientes e o modelo de negócios que a empresa deve adotar.

Ricardo Katayama, 29, ainda não tinha pensado nisso quando ganhou um concurso de ideias inovadoras em 2011. Seu projeto era criar uma rede social para que pessoas que gostam de cozinhar encontrassem interessados em saborear seus pratos.

Mas Rico, como é conhecido, diz que, apesar do sucesso inicial, ainda não estava pronto para uma start-up.

Sua mentalidade era de quem trabalhava em uma empresa tradicional, afirma.

"Por mim, teria feito um plano de negócios de 40 páginas, pago para que se montasse o site e pronto. Só ia ver os erros mais tarde", diz.

Após receber orientações de pessoas da área, Rico criou a Table Share, uma página na internet com apenas duas opções: "Quero comer" e "Quero cozinhar".

"Se a gente recebesse um pedido de 'quero comer' algo como comida italiana, pegávamos o contato e começávamos a buscar quem fazia."

Em seguida, sofisticou a página com a ajuda de um desenvolvedor. Criou um site parecido com os de classificados, mas percebeu que não era esse o caminho.

"Havia pessoas interessadas em comer, mas o custo médio das refeições ainda era alto. Um jantar para quatro pessoas custava R$ 700."

Decidiu dar ao site uma cara de plataforma de relacionamento, menos profissional, e atrair mais gente. As mudanças estão sempre em curso: "É um eterno beta".

'FEELING'

"Sabíamos que tínhamos de ser rápidos, muitas coisas foram feitas no 'feeling'", diz Rodolfo Carvalho, 31, sócio da Kinolmeia. Para ele, a empresa só teria sucesso se fosse a pioneira no negócio.

A Kinolmeia funciona como uma produtora de vídeos colaborativa para internet.

No site, anunciantes fazem pedidos de vídeos para cadastrados. O que é criado fica disponível para visualização e o vídeo que tiver melhor desempenho (número de visualizações, por exemplo) é escolhido e premiado.

O objetivo é conseguir vídeos com capacidade de se espalharem pela rede por causa de uma linguagem diferente da usada na televisão, explica Guntars Stevaux, 29.

Testaram a ideia conversando com pessoas da área e comparando o que faziam com a concorrência.

Ao finalizarem a ideia, convidaram um amigo para a equipe, o programador Márcio Abdo, 39. O site está no ar desde o dia 5 de novembro, por enquanto com 50 "criativos" cadastrados, à espera da primeira proposta de trabalho. "Não temos necessidade de investimento-anjo agora. O gasto é mínimo. Fazemos tudo", diz Stevaux. Tanto é verdade que, quem entrar no site, ouvirá a voz dele no vídeo institucional.


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