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BC volta a falar em limite para alta do dólar

Presidente do Banco Central diz que inflação alta destruiria competitividade trazida por um real desvalorizado

Alexandre Tombini acredita em economia acelerada em 2013, mas é pessimista em relação à alta do investimento

MARIANA SCHREIBER DE BRASÍLIA MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

Em mais um recado de que o Banco Central não deseja no momento uma alta muito acentuada do dólar, o presidente da instituição, Alexandre Tombini, disse ontem que uma desvalorização do câmbio com impacto na inflação não serve para elevar a competitividade do país.

Diante de sinais fracos de retomada da economia, o mercado passou a acreditar num desejo do governo de ver o real mais desvalorizado para favorecer a indústria local.

Um real mais fraco barateia as exportações e encarece as importações. No entanto, uma inflação maior significa custos mais altos, o que deixa o produto brasileiro menos competitivo frente à concorrência externa.

"Aquilo que se ganha com a desvalorização do câmbio se perde com inflação. Não se ganha competitividade. Então é importante que qualquer movimento [de desvalorização] seja preservado com controle da inflação", disse Tombini em audiência ontem no Senado.

Desde a semana passada, o governo tomou medidas para segurar a alta do dólar, como venda da moeda americana pelo BC e diminuição do prazo dos empréstimos no exterior que são tributados.

Além disso, autoridades do BC passaram a dar declarações de que a moeda americana está muito valorizada.

Anteontem, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, afirmou que a taxa de câmbio está acima do modelo calculado pelo BC e que há "gordura" na taxa.

Outras duas autoridades comentaram o assunto ontem em evento em São Paulo.

O secretário do Tesouro, Arno Augustin, afirmou que o governo não tem meta para a cotação do dólar mas admitiu, porém, que administração federal atua para defender um patamar classificado por ele como "realista".

"A política de tornar o câmbio um pouco mais realista existe. Mas ela é decorrência de outros fundamentos, inclusive da redução da taxa de juros", afirmou Augustin.

Segundo ele, o BC tem sido mais atuante no mercado para frear a volatilidade.

No mesmo evento, o diretor de política econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, afirmou que o país adota uma "flutuação suja" do câmbio, com intervenções esporádicas do BC no mercado, desde o início do regime de metas, em 1999, quando o Brasil abandonou o regime de câmbio fixo para o de câmbio flutuante.

Na apresentação aos senadores, Tombini afirmou, ainda, que a recuperação da economia deve se intensificar no próximo ano. No entanto, não se mostrou otimista com a retomada dos investimentos.

"A lenta recuperação da confiança [dos empresários] contribuiu para que, até o momento, os investimentos ainda não mostrem reação aos estímulos introduzidos na economia", disse o presidente do BC.


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