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Análise

Brasil e demais Brics têm vários desafios para crescer em 2013

JIM O’NEILL ESPECIAL PARA O PROJECT SYNDICATE

OS PROBLEMAS DA EUROPA PODEM NÃO SER O A HISTÓRIA DOMINANTE DA ECONOMIA MUNDIAL NO ANO QUE VEM

Agora que as questões de liderança foram decididas nos EUA e na China, podemos enfim avaliar a perspectiva econômica para 2013 tendo conhecimento de quem acionará as alavancas da política pública nas duas maiores economias do planeta.

Assim, o que esses líderes farão -e, talvez mais importante, o que as forças econômicas farão aos países deles?

Para começar, os EUA enfrentarão desafios recorrentes com o "abismo fiscal" até que os mercados financeiros consigam pressionar as autoridades econômicas a adotar medidas mais radicais de redução de deficit.

Mas a despeito disso, 2013 será um ano mais forte do que muitos observadores esperam para a economia global.

Juntos, os quatro Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) contribuíram com PIB adicional de quase US$ 2,2 trilhões em 2012, o equivalente a uma nova Itália a cada ano. As oito economias de mercado que vem mostrando crescimento -os Brics e Coreia do Sul, Indonésia, México e Turquia- criaram cerca de US$ 3 trilhões em PIB adicional em 2011, valor equivalente ao do PIB britânico.

As dimensões combinadas dessas economias agora equivalem à economia dos Estados Unidos, ou mais ou menos 25% do PIB mundial.

A menos que seus índices de crescimento se desacelerem rapidamente, sua contribuição para o produto mundial aumentará dramaticamente, e o avanço mundial será muito mais forte do que os preocupados analistas ocidentais podem apreciar.

Se as oito economias de crescimento se expandirem em média 10% em termos de dólares, elas elevarão o PIB mundial em US$ 1,5 trilhão no ano que vem.

Para a década iniciada em 2011, nós do Goldman Sachs presumimos que a China, que responde por metade da produção das oito economias de crescimento, terá expansão de 7% a 8% ao ano.

A não ser que o yuan perca valor, isso se traduziria em crescimento nominal de pelo menos 10% a 11% ao ano em termos de dólares.

Considerando o futuro, embora a renovação da liderança chinesa seja importante, os líderes não podem decidir as coisas com a liberdade que alguns talvez imaginem. Um líder potencial que se desvie muito da linha não consegue permanecer na liderança, como vimos em 2012 com o expurgo de Bo Xilai.

Além da China, os demais Brics enfrentam desafios que seus dirigentes precisarão superar a fim de promover crescimento mais forte.

Mas a economia mundial poderá ficar mais fraca em 2013 do que foi em 2012 se o pior continuar a prevalecer na Europa e nos EUA, especialmente se o novo Congresso norte-americano não encontrar maneira de colaborar com o presidente Barack Obama, a fim de chegar a um acordo fiscal que melhore a credibilidade fiscal em médio prazo sem cortar demais o deficit num primeiro momento.

É um equilíbrio difícil de encontrar e, sem pressão dos mercados, não sei de que maneira a situação vai terminar.

Devo acrescentar, porém, que caso o governo dos EUA não cause outros problemas, dois desdobramentos no setor privado parecem positivos. O primeiro são os crescentes indícios de recuperação no setor de habitação. O outro é a perspectiva de queda firme e constante nos custos de importação de energia.

Quanto à Europa, muitos investidores continuam a presumir que chegará o momento em que poderemos concluir definitivamente que a união monetária europeia está liquidada ou salva.

Infelizmente, o mais provável é que, pelo menos até as eleições alemãs do final de 2013, as principais decisões sejam postergadas ou evitadas. Isso significa que a Europa provavelmente enfrentará mais um ano desafiador.

Mas o crescimento no PIB dos Brics equivale a uma Itália por ano. A menos que o ambiente europeu se deteriore acentuadamente, os problemas da Europa não serão a história dominante da economia mundial em 2013.


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