Folha de S.Paulo

Bússola

Qual é o mínimo para comprar ações? Há um prazo para ficar com elas?

L.A.M., de Montes Claros (MG)

RESPOSTA DO PROFESSOR DE FINANÇAS DA FGV WILLIAN EID JUNIOR - Você pode comprar qualquer quantidade de ações, mas o ideal é ter algum volume de recursos para diluir os custos da transação do investimento, ao menos R$ 1.000 ou R$ 2.000.

Procure uma corretora, veja quais são os custos que ela cobra, tanto a comissão de compra e venda como a custódia das ações, e faça o investimento.

Sobre o período, tenha sempre em mente que o investimento em ações é de longo prazo. Longo mesmo, dez anos ou mais.

Compre e esqueça que comprou. Só vá olhar lá na frente, no futuro.

Lembre também que quem acumula um bom volume de recursos é o disciplinado.

Todo mês, pegue uma parte dos seus recursos e invista. E já que você quer investir na Bolsa de Valores, por que não pensar num fundo de ações?

Os fundos são um meio muito apropriado para os investimentos.

Eles são geridos por profissionais, em geral têm baixo custo e, pelo volume que têm, permitem que você faça investimentos que nem sempre seriam possíveis para pessoa física apenas.

Além disso, os fundos oferecem diversificação. Se uma ação está com desempenho ruim, outras podem estar em situação melhor, mantendo um desempenho geral melhor.

Há diversas publicações que analisam e comparam o desempenho desses produtos.

Compare os diversos fundos, inclusive pesquisando em diferentes instituições financeiras.

Procure um que apresente bom desempenho, que não cobre altas taxas e que aceite investimentos para quem está começando.

E, como já sugeri nesta resposta, todos os meses invista uma parte dos seus ganhos. Certamente lá na frente você terá uma boa poupança.

IMOBILIÁRIO

Já tenho casa própria, um investimento de R$ 200 mil e acabo de comprar um imóvel na planta para vendê-lo quando estiver pronto. Não sei onde investir uma sobra mensal de R$ 8.500. Gostaria de uma ajuda.

C.H.P.S., de Ribeirão Preto (SP)

RESPOSTA - Tudo depende do seu objetivo. Se você tem algum projeto de curto/médio prazo, o melhor é algum produto de renda fixa ou quase renda fixa e que aceite aplicações mensais nesse montante.

Um fundo de renda fixa ou um multimercado com baixo risco parecem ser os produtos mais apropriados.

Se você não vai usar esse dinheiro no curto/médio prazo e ele não é fundamental para o seu futuro, você pode procurar produtos financeiros de maior risco.

Por que não aplicar ao menos parte desse valor em um fundos de ações? Mas lembre-se: é um recurso para o longo prazo e não pode ter data certa de resgate.

CDB

Estou pensando em investir R$ 30 mil em CDB por um período de três anos. A partir de qual percentual do CDI, a aplicação seria mais vantajosa do que na poupança?

B.E., de São Paulo (SP)

RESPOSTA - Vamos às contas, calculando primeiro o rendimento de um CDB que pague 100% do CDI. Se o CDI se mantiver em torno de 8% ao ano nos próximos três anos, descontado um IR de 15%, você terá em mãos 6,8% líquidos.

A poupança vai render 70% da Selic -que é praticamente igual ao CDI-, mais variação da TR (Taxa Referencial).

Você pode imaginar que isso vai dar algo perto de 5,8% ao ano. Dividindo 5,8% pelos 6,8%, você terá um percentual igual a 85%.

Essa é uma conta grosseira. Teríamos que fazer uma conta um pouco mais sofisticada, mas o resultado vai ser próximo aos 85% do CDI para bater a poupança.

Eu invisto em

Ricardo Mello, tenista profissional

"Eu diversifico para não correr muitos riscos. Aplico um pouco em ações, em renda fixa e também em previdência privada