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BC surpreende investidores e faz dólar cair a R$ 2,001

Intervenção reforça a percepção de analistas de que equipe econômica vai usar o câmbio para tentar conter a alta da inflação

ANDERSON FIGO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

Uma intervenção do Banco Central no mercado de câmbio ontem derrubou a cotação do dólar e reforçou a percepção de que a autoridade monetária pretenda manter mais baixo o valor da moeda, para aliviar a pressão inflacionária no Brasil.

Com o dólar custando menos, bens cujos preços são determinados nos mercados globais tendem a ficar mais baratos em moeda local. É o caso de alimentos -que têm forte peso no índice de inflação. Produtos importados também ficam mais baratos.

A operação do BC equivale à venda de dólares no mercado futuro: rolou US$ 1,85 bilhão em 37 mil contratos de "swap" cambial tradicional.

Ao aumentar a oferta de dólares no mercado, a autoridade monetária forçou uma queda no seu valor. O dólar comercial terminou o dia em baixa de 1,33%, cotado a R$ 2,001 na venda.

A medida pegou investidores de surpresa. Operadores do mercado financeiro apostavam que o BC não renovaria o contrato de "swap" cambial, que expiraria na quinta.

A leitura de analistas é que a mudança de tendência foi motivada pela preocupação do BC com a inflação, que tem subido acima do esperado neste início de ano.

"Esse é um expediente antigo, e eficiente, de controlar preços, por mais que não faça parte da cartilha do Banco Central brasileiro", diz André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.

Arlindo Sá, especialista em câmbio da Icap do Brasil, diz que "o mercado entendeu que o BC vai deixar o real mais valorizado [portanto, o dólar mais barato] para ajudar a conter a alta dos índices de inflação, já que acredita não ter mais tanto espaço para corte na Selic".

No último dia 16, o Copom manteve a taxa básica de juros nacional no mais baixo patamar histórico, de 7,25% ao ano. O último corte, de 7,5% para 7,25% ao ano, ocorreu em outubro de 2012.

Se o BC, de fato, deixar o real se valorizar, será uma mudança em relação à política perseguida até recentemente pelo governo, que vinha evitando que o real mais forte afetasse a competitividade da indústria nacional (por encarecer o produto brasileiro).


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