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Varejo decepciona e tem retração de 0,5% em dezembro
Expectativa de analistas era de alta de ao menos 0,4%; avanço no ano foi de 8,4%
O comércio registrou, em 2012, o melhor ano de vendas desde 2010, com alta de 8,4% em relação a 2011, segundo pesquisa divulgada ontem pelo IBGE.
Houve, porém, um recuo de 0,5% em dezembro (na série com ajuste sazonal) ante o mês anterior, contrariando as expectativas dos analistas.
O mercado previa altas que variavam de 7,4% a 9,1%, para o ano, e de 0,4% a 1,1%, para o mês de dezembro.
As explicações para o bom resultado do ano citam o cenário favorável, caracterizado pela menor taxa de desemprego já vista no país, o aumento da massa salarial e da renda, o crédito abundante e os juros em queda.
Esses fatores, segundo analistas, fizeram o setor passar quase ileso pelos efeitos da crise mundial, que atingiu em cheio a indústria.
Já a queda de dezembro foi classificada como pontual por Reinaldo Pereira, pesquisador do IBGE.
"As políticas adotadas pelo governo, de incentivo ao consumo, favoreceram os resultados do comércio", disse.
Segundo o economista Paulo Neves, da consultoria LCA, o resultado mensal foi impactado pela queda de 0,3% nas vendas de supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo.
"Foi um bom ano. Nós só subestimamos o efeito da inflação no final, quando todos os outros indicadores [consultas de crédito, por exemplo] apontavam alta", disse o economista Fábio Bentes, da CNC (Confederação Nacional do Comércio). A inflação em 2012 fechou em 5,8%.
Na comparação com dezembro de 2011 (sem ajuste sazonal), o aumento das vendas no último mês de 2012 foi de 5%.
Para este ano, a estimativa da CNC é que as vendas do comércio cresçam 6,6%, sem os incentivos como redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis e linha branca.
Já a estimativa da LCA é de crescimento de 6%.