Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Exportador tem de comprar para abrir mercado argentino

Empresas dizem sofrer pressão do governo Cristina para compensar venda ao país vizinho

FELIPE BÄCHTOLD DE PORTO ALEGRE

Produtos argentinos estão cruzando a fronteira não por necessidade de importação, mas como parte da estratégia de empresários brasileiros para abrir portas com o governo de Cristina Kirchner.

Industriais com negócios na Argentina relatam pressão do governo local para que as empresas que exportam para lá também comprem mercadorias argentinas como uma forma de compensação.

A política chamada de "uno por uno" ("um por um") leva, por exemplo, a fabricante de ônibus Marcopolo comprar produtos simples da Argentina, como material para a confecção de poltronas.

A indústria de máquinas agrícolas AGCO também aderiu ao modelo e gastou mais comprando peças da Argentina em 2012 do que ganhou exportando para lá.

A norma é informal e não está estabelecida em documentos oficiais. O governo Kirchner usa abertamente o método na tentativa de balancear a relação comercial com outros países.

Com o Brasil, vem dando certo. O saldo brasileiro nas trocas com a Argentina encolheu 69% no ano passado. O superavit passou de US$ 5,083 bilhões em 2011 para US$ 1,554 bilhão em 2012 -quando os embarques ao país vizinho recuaram 20,8%.

A prática já gerou situações insólitas com multinacionais que estão na Argentina. A BMW, por exemplo, firmou um acordo em que se comprometeu a exportar arroz. A Honda, de acordo com o governo, negociou a venda de estofamento para o Brasil.

A estratégia está disseminada entre as empresas que atuam no país vizinho, de acordo com José Augusto de Castro, da Associação de Comércio Exterior do Brasil.

"É como se fosse um jeitinho, embora não tenha nada ilegal. Mas foge aos parâmetros comerciais", declara.

Procuradas, outras companhias com negócios na Argentina preferiram não comentar o assunto.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página