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Cristina enfrenta novo protesto em Buenos Aires

Manifestações, convocadas por redes sociais, ocorreram também em cidades do exterior

SYLVIA COLOMBO DE BUENOS AIRES

"Vai acabar/ vai acabar/ a ditadura dos K." Ao lado do hino nacional argentino, esse foi o cântico que predominou ontem junto ao som das panelas, na manifestação que saiu de vários pontos de Buenos Aires e culminou numa concentração na Praça de Maio, diante da Casa Rosada. Outro grupo se dirigiu à residência oficial de Olivos.

Os protestos, organizados por meio das redes sociais, aconteceram também em capitais das províncias e em cidades do exterior.

"A inundação em La Plata e o dinheiro desviado para a Suíça estão relacionados. Se por um lado alguém rouba, por outro falta dinheiro para evitar uma tragédia", disse Liliana Serra, 58, segurando uma pequena caneca.

Comerciante, ela se referia à trágica enchente que matou mais de 50 pessoas na capital da província de Buenos Aires há três semanas e à revelação de um esquema de lavagem e transferência de dinheiro por parte de um empresário relacionado a Néstor Kirchner, que veio à tona no último domingo.

"As pessoas já estavam enfurecidas com a inflação e com a insegurança. Agora, com esse escândalo novo e a reforma da Justiça, vai ser impossível que o governo siga sem dar uma resposta às pessoas", diz Ezequiel Nuñez, 24, estudante.

Ao mesmo tempo em que as pessoas começavam a se concentrar em esquinas como as das avenidas Santa Fé e Callao, no fim da tarde, os senadores deram aprovação final à polêmica reforma da Justiça, que permitirá um controle maior do Estado sobre sua estrutura. O projeto deve virar lei na semana que vem.

Foi a terceira grande manifestação anti-Cristina dos últimos sete meses. Desta vez, porém, os líderes oposicionistas estiveram presentes. O PRO, partido de Mauricio Macri, os esquerdistas Frente Amplo Progressista e Projeto Sul, e a Coalizão Cívica, de Elisa Carrió, juntaram-se aos protestos. Juízes e advogados célebres também estiveram presentes, como Julio Strassera, um dos responsáveis pelos julgamentos dos repressores da ditadura militar (1976-1983), hoje crítico do governo. "A Alemanha de 1933 começou assim, nomeando juízes amigos."

Uma imensa bandeira argentina, mais ou menos do tamanho de um quarteirão, tinha uma faixa indicando luto pelas mortes em La Plata e na estação Once.

Em um ato público, ontem, durante o dia, Cristina disse: "Aquele que queira protestar, para mim me parece OK. Mas seria bom se também pudesse ajudar um pouco".


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