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Análise

Anúncio é cortina de fumaça para encobrir os reais problemas da área

FLÁVIA MARREIRO DE SÃO PAULO

Jesse Chacón, escolhido por Maduro para tentar tirar o setor elétrico venezuelano da crise, sabe o desafio que tem pela frente.

Antes de voltar ao gabinete, Chacón comandava o GIS 21, instituto ligado ao chavismo que mostrou em fevereiro de 2010 que a crise elétrica era responsável pela mais baixa taxa de aprovação de Chávez em 14 anos: 37%.

Se foi capaz de fazer isso com o carismástico mentor de Maduro, o tema deve tirar o sono da cúpula chavista.

O governo quer retomar a agenda política do país em crise econômica ao mesmo tempo em que tenta defender uma magra vitória eleitoral contestada pela oposição.

Segundo pesquisa Datanálisis divulgada anteontem, Maduro começa com aprovação de 41% (que consideram sua gestão boa ou muito boa), e 70% acham que a oposição tem direito de pedir a auditoria dos resultados.

Em 2010, não faltaram, como agora, denúncias de sabotagem nem apelos para redução do consumo.

Foram autorizados, como agora, contratos emergenciais para compras milionárias de equipamentos, em especial geradores, com relatos na imprensa sobre superfaturamentos em acordos com multinacionais.

Para salvar aquele ano eleitoral, Chávez decidiu sacrificar parte do parque siderúrgico e determinou que Caracas fosse poupada dos irritantes apagões programados.

Três anos depois, o anúncio da militarização do sistema elétrico é só a cortina de fumaça para esconder a reedição do plano de 2010 em um panorama inalterado.

Analistas falam da inexistência de manutenção, do inchaço da empresa elétrica reestatizada por Chávez e do atraso das obras do setor, algo difícil de resolver no curto prazo, como precisa Maduro.

O principal exemplo é a hidrelétrica Tocoma, que deveria ter começado a funcionar em 2010. A Odebrecht, que lidera o consórcio, diz que sua parte, de construção civil, está sendo finalizada, mas não fala em data de inauguração.


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