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Para Síria, ataque foi 'declaração de guerra'

País acusa Israel de bombardear centro de pesquisa militar perto de Damasco; vice-chanceler ameaça retaliação

Governo de Israel não confirma oficialmente a ação; fonte americana diz que EUA não foram avisados sobre o ataque

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

O regime sírio disse ontem que o ataque contra um centro de pesquisa militar nos arredores de Damasco, supostamente cometido por Israel na madrugada, foi uma "declaração de guerra".

O bombardeio aéreo seria o terceiro de Israel ao território sírio neste ano e o segundo em 48 horas. Fontes israelenses admitiram à mídia local ter atacado, na madrugada de sexta-feira, um carregamento de mísseis de curto e médio alcance com destino ao grupo radical libanês Hizbollah.

Segundo o vice-chanceler sírio, Faisal al Mekdad, o governo de Bashar Assad está pronto para retaliar a ação, que não foi oficialmente assumida por Israel.

"Já lidamos com isso outras vezes, (...) a retaliação sempre foi dolorosa para Israel, e eles vão sofrer de novo", disse Al Mekdad à CNN.

De acordo com a oposição síria, os ataques atingiram bases de tropas de elite do regime e depósitos de armas em Jamraya, a 60 quilômetros da capital. Quatro explosões foram registradas a oeste de Damasco entre sábado e domingo. Não há informações oficiais sobre vítimas.

Um vídeo disponível na internet mostra uma nuvem de fumaça em formato de cogumelo no horizonte, entre trovoadas e sussurros de "Allah akbar" (Deus é maior).

Especula-se que o "centro de pesquisa" atingido seja um local de desenvolvimento de armas químicas.

Segundo fontes nos governos americano e israelense, os dois ataques tinham por objetivo impedir a transferência de armas ao Hizbollah.

Os EUA, contudo, não teriam sido informados previamente sobre a ação, segundo fonte da inteligência americana ouvida pela Reuters.

Procurada pela reportagem, as IDF (Forças de Defesa de Israel) não comentaram o ataque.

REPÚDIO

Apesar de serem oposição ao regime, o Exército Livre da Síria e o LCC (Comitês Locais de Coordenação) condenaram publicamente a suposta ação israelense.

"Nós somos contra qualquer ataque na Síria, especialmente vindo de Israel", afirma à Folha Jaber Zaien, um porta-voz do LCC. "Também condenamos o envolvimento do Hizbollah e do Irã no assassinato de sírios."

O ataque gerou reações de desconfiança pela região. O presidente do Egito, Mohamed Mursi, condenou a "violação das lei internacionais" e disse que a ação só agrava a guerra civil na Síria.

A Liga Árabe pediu a intervenção do Conselho de Segurança da ONU para impedir ataques desse tipo.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se disse "muito preocupado" com a escalada de violência na região.

Em discurso ontem, o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, porém, atacou Assad, dizendo que ele pagará um "preço muito alto" pelas mortes na Síria.

As explosões da madrugada de ontem foram, segundo testemunhas, as mais fortes desde o início da insurgência.

Em meio à tensão, Israel posicionou duas baterias do Domo de Ferro --um sistema de interceptação de mísseis-- no norte do país.


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