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Promotor cogita pena de morte para algoz
Para acusação, torturas sofridas pelas três mulheres durante cativeiro em Cleveland "estão além da compreensão"
Justiça fixa fiança para Ariel em US$ 8 milhões; após depoimento das vítimas, irmãos de suspeito são liberados
O promotor que investiga o caso das mulheres feitas reféns por uma década em Cleveland (EUA), Timothy McGinty, disse ontem que estuda pedir pena de morte para o acusado do crime, o motorista Ariel Castro, 52.
Castro, desempregado, foi indiciado por sequestro e estupro anteontem. A fiança fixada pela Justiça foi de US$ 8 milhões (R$ 16 milhões).
"As torturas pelas quais as vítimas passaram por uma década estão além da compreensão", afirmou McGinty.
Segundo o promotor, a lei em Ohio permite pedir pena de morte para "os criminosos mais depravados, que cometem homicídio com agravante no curso de um sequestro".
McGinty chamou a casa de Castro de "câmara de tortura e cárcere privado no coração da cidade".
"É meu dever perseguir uma justiça que seja rápida e implacável", disse.
Ohio é um dos 38 Estados americanos que punem o chamado "homicídio fetal", no qual Castro pode ser enquadrado caso o relato de abortos forçados se confirme.
RISCO DE SUICÍDIO
Ontem, Ariel Castro se apresentou à Justiça pela primeira vez desde que foi detido, para audiência de indiciamento em tribunal de Cleveland. Ele não falou e manteve a cabeça e os olhos baixos por toda a audiência.
Depois o acusado foi mandado para a prisão, onde, de acordo com sua advogada, está isolado e em observação por "risco de suicídio".
Inicialmente investigados por suposta ligação com o crime, os irmãos de Ariel, Onil Castro, 50, e Pedro Castro, 54, também compareceram ao tribunal ontem, mas não foram incriminados. Eles não serão indiciados neste momento, já que a polícia considerou que eles não tiveram relação com o crime, a partir do depoimento das vítimas.
ACUSAÇÕES DO PASSADO
Ex-familiares de Ariel Castro contaram ontem que ele aterrorizava a ex-mulher Grimilda Figueroa, batia nela e a trancava dentro de casa.
Segundo a irmã de Grimilda, Elida Caraballo, Ariel obrigou a então mulher a ficar dentro de uma caixa de papelão. Caraballo também diz que Ariel surpreendeu a irmã pulando na frente dela com um manequim enquanto ela subia escadas --ela caiu e machucou a cabeça.