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Premiê turco culpa oposição por confrontos

Segundo Erdogan, partido incita os manifestantes; polícia usa gás para dispersar marchas no 3º dia de protestos

De acordo com Anistia Internacional, conflitos deixaram duas mortes e mais de mil feridos desde a semana passada

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Com as ruas das quatro principais cidades do país tomadas por manifestantes, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, foi à TV ontem para culpar a oposição pelos confrontos que já deixaram mais de mil feridos nos últimos três dias.

Segundo o premiê, que também fez ontem dois discursos, os protestos são "totalmente ideológicos" e manipulados pela oposição.

"O principal partido de oposição, que tem feito convocações de resistência em cada rua, está provocando estes protestos", afirmou. "Se eles chamam alguém que serve ao povo de ditador', não tenho nada para dizer. Minha única preocupação tem sido servir meu país", completou.

Os conflitos já foram responsáveis por duas mortes, segundo o escritório turco da Anistia Internacional. A informação não foi confirmada pelo governo.

Em Istambul, os manifestantes voltaram ontem a se reunir na praça Taksim, mas não houve confronto com a polícia --que deixou o local na noite de sábado, após ser acusada de uso excessivo da força. Estima-se que 10 mil pessoas ocupam a região, carregando bandeiras e pedindo a renúncia do governo.

Na região de Besiktas, no lado europeu da cidade, no entanto, as forças do governo reagiram, na madrugada de hoje, com bombas de gás lacrimogêneo e canhões de água aos oposicionistas, que atiravam pedras e paus.

Na capital, Ancara, houve uso de gás para impedir uma marcha até o gabinete de Erdogan. Esmirna, terceira maior cidade turca, e Adana, no sul do país, também registraram casos de violência.

DETENÇÕES

O Ministério do Interior declarou que mais de 1.750 pessoas foram detidas desde o início dos mais de 90 protestos pelo país--mas que a maioria já foi liberada.

As manifestações começaram na segunda-feira passada, criticando a derrubada de árvores na área que é hoje um parque anexo à praça Taksim, e que deve se tornar um centro comercial e uma mesquita, pela proposta oficial.

No fim da semana, contudo, elas se converteram em protestos contra o governo de Erdogan, no poder desde 2003 e acusado de autoritarismo pela oposição. A repressão da polícia ao movimento aumentou a insatisfação dos críticos à sua gestão.

O prefeito de Istambul, Kadir Topbas, disse temer que os episódios de violência prejudiquem a candidatura da cidade para sediar os Jogos Olímpicos de 2020. Para Topbas, a retirada das forças policiais foi "tardia demais".

Desde a posse de Erdogan, a Turquia apresentou crescimento econômico e foi elogiada por conciliar o islamismo com um regime democrático secular. Recentes medidas de seu governo, porém, põem em dúvida a garantia de um regime laico.

O governo recentemente aprovou legislação limitando a venda de álcool no país e pretende proibir a realização de abortos.


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