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Berlusconi é condenado por 'caso Ruby'
Justiça determina sete anos de prisão por sexo com menor e proíbe participação política do ex-premiê na Itália
Sentença por relações com Ruby, então com 17 anos, é 'violenta', diz político; ele poderá recorrer em liberdade
O Tribunal de Milão condenou ontem a sete anos de prisão o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, 76, por prostituição juvenil e abuso de poder, na primeira sentença do chamado "caso Ruby".
Um trio de juízas considerou Berlusconi culpado por manter relações sexuais com a marroquina Karima el-Mahroug, a "Ruby Rouba-Corações", então menor de idade.
Além da prisão, ele está proibido de participar da política até o fim de sua vida.
O ex-premiê, porém, pode recorrer em liberdade da decisão, tomada em primeira instância. Ainda há outras duas instâncias para o processo: o Tribunal de Apelações e a Corte Suprema.
Ontem, ele repetiu ser inocente. "É uma sentença inacreditável, de uma violência que não tinha sido vista até agora, para me eliminar da vida política deste país."
Berlusconi foi condenado pelo mesmo tribunal a quatro anos de prisão por superfaturar a compra de filmes americanos para uma TV, mas a decisão foi suspensa por uma instância superior.
No julgamento, as juízas aceitaram as provas da Promotoria de que Berlusconi fez sexo com Ruby quando ela tinha 17 anos, um ano a menos que a maioridade na Itália, durante uma das chamadas festas "bunga bunga", realizadas em uma casa de veraneio do ex-premiê.
Segundo testemunhas, as convidadas se vestiam como freiras, enfermeiras e personalidades, como o jogador Ronaldinho Gaúcho.
Inicialmente, ambos negaram as acusações, feitas por prostitutas que estiveram no evento, entre elas a brasileira Michelle Conceição. Em seu último depoimento, Ruby admitiu ter tido relações sexuais com ele.
Berlusconi foi condenado também por exigir a liberação da adolescente quando ela foi presa por furto em uma loja. Na época, o ex-premiê mentiu, dizendo que a jovem era parente do então ditador do Egito, Hosni Mubarak.
Berlusconi ainda responde a outros três processos em Milão e mais um em Nápoles. As decisões nos tribunais locais somam uma pena de 12 anos de prisão, mas em todos os casos cabe recurso.
