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Em cúpula do Mercosul, Dilma ataca monitoramento

Em cúpula do bloco no Uruguai, presidente diz que combater terror não justifica 'violação de direitos individuais'

'Medidas cabíveis' serão tomadas em segurança cibernética; Paraguai será bem-vindo de volta ao bloco, dizem líderes

SYLVIA COLOMBO ENVIADA ESPECIAL A MONTEVIDÉU

A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem, em Montevidéu, após o fim da cúpula do Mercosul, que "a cooperação no combate ao terrorismo e outros crimes não é justificativa para a violação de direitos individuais de qualquer cidadão em qualquer Estado". Dilma fazia referência às denúncias de espionagem do governo dos EUA.

Ela disse que o bloco tomaria "medidas cabíveis" para garantir a segurança cibernética de seus cidadãos e empresas, mas que aguardaria "sem sobressaltos" as explicações pedidas aos EUA sobre as denúncias do ex-agente Edward Snowden.

Em decisão conjunta, os países reafirmaram o "compromisso histórico" das nações da região com relação ao direito de asilo. "É fundamental assegurar que seja garantido o direito dos asilados de transitar com segurança até o país que tenha concedido o asilo", diz o documento.

Dilma, porém, preferiu não comentar a possibilidade de países da região receberem Snowden. "Não nos intrometeríamos na decisão de um Estado soberano", afirmou.

Outra decisão da cúpula foi respaldar o presidente boliviano, Evo Morales, em sua decisão de buscar a ONU para esclarecer o episódio em que seu avião foi proibido de fazer escala na França, em Portugal, na Espanha e na Itália. Os europeus suspeitavam que Snowden pudesse estar na aeronave.

Os países do Mercosul manifestaram repúdio ao tratamento dado a Morales pelos europeus. Os sul-americanos se comprometeram a chamar seus embaixadores nos países que negaram acesso ao líder boliviano para pedir explicações sobre o caso.

PARAGUAI

O Mercosul decidiu encerrar a suspensão do Paraguai a partir de 15 de agosto, quando toma posse o novo presidente, Horacio Cartes.

O país foi suspenso em junho do ano passado, após o impeachment-relâmpago do presidente Fernando Lugo. Em seguida, a Venezuela foi aceita como novo membro do bloco, à revelia paraguaia.

"Nós os queremos de volta", disse Dilma. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou que serão feitos "todos os esforços possíveis" para reintegrar Assunção. Dilma afirmou que os mandatários devem comparecer à posse de Cartes.

Em nota divulgada ontem, no entanto, Cartes disse que o ingresso da Venezuela no bloco, aproveitando-se da suspensão do Paraguai, não se deu "de acordo com as normas legais".

"O mero transcurso do tempo ou decisões políticas posteriores não restabelecem o império do Direito", diz. Cartes não deixa claro, porém, se por causa disso rejeita reingressar no bloco.


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