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EUA preveem processo difícil para israelenses e palestinos

Encontro em Washington retoma negociações de paz após pausa de três anos

Em nota, Obama fala também em 'trabalho duro'; soltura de presos palestinos abre racha em coalizão de Israel

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

No dia em que recomeçaram as negociações de paz entre palestinos e israelenses, após intervalo de três anos, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, alertou que o diálogo será cheio de percalços.

"Não é segredo que é um processo difícil", afirmou Kerry. "Se fosse fácil, teria acontecido há muito tempo."

Os EUA são os mediadores do encontro que começou ontem à noite em Washington.

Kerry se reuniu com Tzipi Livni (ministra da Justiça de Israel) e Saeb Erekat (negociador-chefe palestino) em sua residência oficial. Ele saudou os mediadores dizendo que o momento era "muito especial". Depois, romperam o jejum do Ramadã, mês sagrado dos muçulmanos.

Israel e a Autoridade Nacional Palestina terão de discutir, a partir de agora, questões controversas que incluem o estabelecimento das fronteiras de um futuro Estado englobando os territórios de Gaza e da Cisjordânia.

Enquanto palestinos exigem que Israel retroceda a uma área semelhante àquela anterior à Guerra dos Seis Dias (1967), o gabinete do premiê Binyamin Netanyahu sabe que tal medida seria extremamente impopular no país.

Também será problemático o pedido israelense de que a liderança palestina reconheça o caráter judaico de Israel --decisão política que dificultaria o retorno de refugiados palestinos ao território israelense, no futuro.

TRABALHO DURO

Em comunicado divulgado pela Casa Branca, o presidente Barack Obama afirmou que a retomada das negociações "é um promissor passo adiante, apesar de que um trabalho duro e difíceis decisões estão por vir".

Os obstáculos políticos se tornaram evidentes anteontem, quando o gabinete de Netanyahu aprovou a soltura de 104 prisioneiros palestinos como gesto de boa vontade em relação à liderança do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.

Houve forte oposição do partido nacional-religioso Bayit Yehudi, do ministro da Indústria, Naftali Bennet, que ameaçara anteriormente deixar a coalizão caso o governo se comprometesse com as fronteiras anteriores a 1967.

Está previsto que Livni e Erekat se reúnam novamente hoje para negociações. O anúncio formal da retomada das conversas entre ambas as partes deve ser feito no final da tarde por Kerry.

Ele terá a seu lado no esforço diplomático o ex-embaixador Martin Indyk, que vai ocupar o cargo de enviado especial para o processo de paz.


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