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Arquiteta é 2ª vítima brasileira em trem

Carioca que morava havia mais de 20 anos na Espanha ia para Santiago visitar parentes no dia do acidente

Segundo amigo, Marcia Suarez geralmente fazia o trajeto de carro; ela pensava em voltar ao Brasil por causa da crise

LUISA BELCHIOR COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE MADRI ISABEL FLECK DE SÃO PAULO

A carioca Marcia Suarez Pena, 47, é a segunda vítima brasileira entre os 79 mortos no acidente com um trem na Espanha na última semana.

Nascida no Rio, a arquiteta, que tinha também cidadania espanhola, morava havia 24 anos em Salamanca (a 200 km de Madrid). Viajava, no último dia 24, para visitar a mãe e o filho mais velho, Daniel, de 19 anos, em Santiago de Compostela.

A opção pelo trem, no entanto, foi uma surpresa para os amigos de Marcia. Ela geralmente fazia o trajeto entre Salamanca e Santiago de carro, uma viagem de cerca de cinco horas.

"Sabíamos que ela iria para a Galícia [região de Santiago], mas como sempre viajava de carro, nunca imaginei que estivesse no trem. Além disso, esse trem não passa por Salamanca, então ela teve que ir a outra cidade para embarcar", disse o colega de trabalho Miguel Leal à Folha.

O nome de Marcia não constava da primeira lista das vítimas. Apenas ontem, após identificar todos os corpos, a polícia divulgou a lista definitiva, na qual constava o nome da brasileira.

O fotógrafo brasileiro Fabio Cundines Antelo, 25, também morreu no acidente.

Marcia era diretora de um escritório de arquitetura e urbanismo havia oito anos, depois de trabalhar para o governo da região (Estado) de Castela-León.

A crise na Espanha levou a arquiteta a considerar a voltar para o Brasil.

O impedimento, contudo, era a guarda compartilhada do filho de cinco anos com o ex-marido, que vive em Salamanca.

"Ela tinha me dito que, se não fosse por isso, se mudaria para o Brasil, porque a situação na Espanha está muito complicada, sobretudo para nós, arquitetos. Não há trabalho", disse Leal.

No início do mês, ela desabafou em seu perfil no Facebook: "Não somos nós, os [profissionais] preparados que temos que deixar [o país]! São os corruptos que deveriam sair, ou senão serem expulsos do país!"

No Rio, Marcia estava em processo de adesão à Casa de Espanha, clube localizado no bairro de Humaitá, zona sul da cidade. Anteontem, a Casa realizou uma missa em memória dela.

A arquiteta foi enterrada no sábado, em cerimônia íntima, em Cabanas, município galego onde sua mãe nasceu. Segundo o Itamaraty, o consulado brasileiro em Madri ofereceu apoio à família, que o dispensou.


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