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Análise

Posse traz otimismo para impasse nuclear, mas é preciso evitar encurralar Rowhani

DO "FINANCIAL TIMES"

O Irã poderá selar um acordo com o Ocidente que finalmente dissipe o medo de que Teerã esteja tentando construir uma bomba nuclear?

Com a posse do novo presidente, Hasan Rowhani, a pergunta volta a ocupar o topo da agenda internacional.

Ao longo do ano, a atenção primordial dos EUA e seus aliados no Oriente Médio tem estado voltada aos acontecimentos na Síria e no Egito.

Mas os receios do Ocidente em relação às ambições do Irã nunca diminuíram. Teerã continua a desenvolver seu programa nuclear e, dentro de um ou dois anos, pode estar em condições de lançar a corrida final para a bomba.

Após anos de impasse, a eleição de Rowhani traz motivos para otimismo. As decisões finais sobre a questão nuclear ainda cabem a Ali Khamenei, o líder supremo, de linha dura. E, apesar de Rowhani ser um político do regime, ele foi eleito com o mandato de promover políticas centristas.

Ele sabe que para o Irã é essencial livrar-se das sanções econômicas que dificultam a performance econômica do país e geram desemprego.

Sua posse inaugura um período de diplomacia intensa nos próximos 12 meses, durante o qual deveria ser buscado um acordo nuclear.

Os EUA e as cinco outras potências mundiais que conduzem as negociações devem permanecer unidas e pouco transigentes em suas exigências. Mas não devem desperdiçar a oportunidade aberta pela eleição.

A meta da política ocidental em relação ao Irã nos próximos meses deve ser de evitar encurralar Rowhani.

Ou seja, evitar dar munição aos muitos representantes da linha dura iraniana interessados em enfraquecer o novo presidente para conservar o país num rumo antiocidental e nuclear.

Agora é o momento de os EUA praticarem diplomacia criativa com o Irã, uma diplomacia que possua três elementos chaves.

Em primeiro lugar, é preciso evitar acrescentar sanções econômicas às já vigentes.

Em segundo lugar, os EUA e seus aliados deveriam rever sua oferta ao Irã, pedindo "mais em troca de mais".

Deveriam ampliar suas exigências, pedindo que o Irã congele a instalação de centrífugas e permita inspeções de seu programa nuclear em troca de uma reversão muito mais substancial das sanções. Também deveria aceitar que o Irã tenha direito limitado a enriquecer urânio.

Em terceiro lugar, é hora de os EUA e o Irã criarem um relacionamento bilateral mais próximo. Até agora, o Irã vem negociando com um fórum de seis potências mundiais, que incluem China e Rússia. O momento é propício para um contato diplomático direto entre Washington e Teerã.


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