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Análise

Países emergentes relutam em assumir papel de protagonismo na crise síria

ELENA LAZAROU CAROLINA TABOADA ESPECIAL PARA A FOLHA

O debate sobre uma possível intervenção militar na Síria, catalisado pelas reações das principais potências ocidentais ao alegado uso de armas químicas pelo presidente Bashar al-Assad, ressuscitou o clima de polarização nos assuntos internacionais.

Os EUA têm o poder de promover uma ação militar unilateral contra o governo Assad, mas lutam para reduzir os custos políticos desta ação.

O Reino Unido reluta em se envolver em mais uma guerra sem o aval da ONU. A França, demonstrando a esquizofrenia de opiniões na Europa, colocou-se a favor, mas após a divulgação de relatório da ONU sobre armas químicas.

A posição é compartilhada pela Turquia e também pela Liga Árabe, que abandonou Assad. Na região, apenas o Irã apoia amplamente a Síria.

A oposição chave aos EUA, contudo, vem da Rússia.

Ideologicamente contrário a intervenções e principal provedor de armas a Assad, o país expressou dúvidas com relação aos ataques químicos.

Enquanto isso, a China cita implicações econômicas e energéticas para a relutância.

Já as potências emergentes demonstram ainda ter um longo caminho pela frente se pretendem demandar seriamente influência na segurança internacional.

A proeminência de vozes "tradicionais" é silenciosamente aceita, enquanto a maioria dos atores emergentes se esconde atrás do nobre --porém retórico-- pronunciamento de apoio às normas internacionais, condenação do uso de armas químicas e defesa de uma saída política.

Se a meta é desenvolver novos paradigmas e normas, estes novos atores deveriam se colocar à frente da discussão com propostas inovadoras.

A crise síria seria uma boa oportunidade para o Brasil testar a aplicabilidade da "responsabilidade ao proteger" e provar a seriedade do seu projeto de protagonismo.

Mas o país está entre uma transição de liderança no Itamaraty e a confrontação com os EUA frente às revelações de espionagem da NSA (a Agência de Segurança Nacional dos EUA).

Enquanto isso, a maior crise humanitária do século 21 se desenrola, e os fundamentos do direito internacional tão caros a Brasília ameaçam ruir sem que nenhuma alternativa seja proposta.


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