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Situação de brasileira preocupa família

Ativista Ana Paula Maciel, do Greenpeace, está detida pela Rússia dentro de um navio após protesto no Ártico

Embarcação só chega em terra firme segunda; família diz que por enquanto desconhece a atual condição dela

MARINA DARMAROS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A situação da bióloga brasileira Ana Paula Alminhana Maciel, 31, e de outros 29 ativistas do Greenpeace mantidos sob custódia pela guarda costeira da Rússia no oceano Ártico desde anteontem permanece incerta.

A embarcação Arctic Sunrise, na qual os membros da ONG faziam um protesto contra a estatal russa de gás e petróleo Gazprom quando foram rendidos, só deve chegar em terra na segunda-feira.

Até a conclusão desta edição, o Greenpeace não tinha conseguido fazer contato com a embarcação.

"Não vou dizer que ela [Ana Paula] esteja se divertindo, porque eles estão sob a mira de armas, mas sei que está certa do que está fazendo, não está pensando em desistir. A gente, como família, fica com o coração na mão", disse à Folha Telma Maciel, 32, irmã de Ana Paula.

Segundo o escritório do Greenpeace no Brasil, a entidade relatou o caso ao Itamaraty e pediu ao governo brasileiro que entre em contato com autoridades russas para dar assistência a Ana Paula.

Anteontem, a brasileira publicou em seu perfil do Facebook um link para a página do Greenpeace com a notícia de que ativistas estavam sendo "recebidos a tiros na Rússia".

"Não te preocupa mãe, está tudo bem! Te amo!", comentava Ana Paula no Facebook. "Acredito que ela tenha publicado esse post um pouco antes da ação", afirmou Telma.

Na quarta-feira, a guarda costeira russa já havia detido dois ativistas do Greenpeace que tentaram escalar uma plataforma de petróleo da Gazprom contra a ameaça representada ambiental pela companhia russa.

O Comitê Investigativo da Federação Russa (equivalente à Polícia Federal) publicou ontem uma nota em seu site dizendo que o serviço de proteção de fronteiras da região de Murmansk, área mais próxima da ação, no norte da Rússia, caracterizou o caso como "pirataria", sob o artigo 227 do código penal russo.

Para a coordenadora e porta-voz brasileira da campanha sobre clima e energia da organização, Fabiana Alves, a informação não procede. "Não é caso de pirataria. Fizemos um protesto legal, pacífico, não houve uso de nenhum tipo de violência por parte dos nossos ativistas. Nosso navio inclusive tem bandeira, a holandesa, é legalizado e navega há anos em águas internacionais."

Alves diz não saber o que pode acontecer com a tripulação do Arctic Sunrise quando o navio chegar em terra.

VIDA DE ATIVISTA

Ana Paula ingressou no Greenpeace em 2006, ajudando a recrutar membros. Hoje, ela passa três meses participando de protestos em algum dos três navios do grupo.

Quando volta, ela se reveza entre Porto Alegre, onde mora com a mãe, a irmã e a sobrinha, e o México, onde vive seu namorado.

"Ela não nos disse onde ou como seria essa ação, para a qual partiu em agosto, mas disse que ia mandar um pouco mais de dinheiro porque não sabia se teria contato ou internet por um tempo", contou a irmã.

No dia 29 de agosto, Ana Paula escreveu no Facebook que passou por uma situação semelhante, também na Rússia. "Estamos voltando para a Noruega depois de sermos corridos da Rússia por um navio de guerra que ameaçou abrir fogo contra nós."

Segundo a irmã, Ana Paula já chegou a ser detida e deportada do Caribe em uma ação contra a caça ilegal de baleias, por volta de 2008,

Mas a família não pensa em tentar fazê-la reconsiderar a profissão.


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