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Também violenta, capital do país vê sinais de 'mexicanização'

DO ENVIADO A SAN PEDRO SULA (HONDURAS)

Tegucigalpa, a capital de Honduras, acordou no último dia 27 com uma cena mais associada ao México: em plena região central, um suposto membro de gangue apareceu morto, desnudo e pendurado em uma ponte.

Apesar de também ser uma cidade violenta (78,8 mortos por 100 mil habitantes no ano passado), foi o primeiro episódio desse tipo em Tegucigalpa, segundo a polícia.

Segundo Julieta Castellanos, socióloga e reitora da Universidade Nacional Autônoma de Honduras (Unah), a taxa de homicídio se estabilizou nos últimos três anos, mas os assassinatos estão cada vez mais parecidos aos dos cartéis mexicanos.

"Há mais massacres, estão aparecendo corpos desmembrados e outros envolvidos em lençóis", disse Castellanos à Folha. "É uma situação mais recente no país e que indica uma espiral de violência entre os bandos."

Em um caso que comoveu Honduras, um dos filhos de Castellanos, Rafael Vargas, 22, foi assassinado há dois anos em Tegucigalpa. Ele estudava sociologia na Unah.

Há também sinais de "colombianização". Duas semanas atrás, uma megaoperação da polícia hondurenha apreendeu 17 bens da organização narco Los Cachiros.

Em San Pedro Sula, uma das apreensões incluiu o zoológico Joya Grande, com cerca de 300 animais de 68 espécies, que passou a ser administrado pelo Estado. O local foi comparado ao zoo do traficante colombiano Pablo Escobar, morto em 1993.

Numa tentativa de diminuir a criminalidade antes da eleição presidencial de 24 de novembro, o governo criou em tempo recorde a Polícia Militar, com mil homens, para San Pedro e Tegucigalpa.

A lei para a criação da PM, aprovada pelo Congresso em 14 de agosto, é de autoria do candidato governista Juan Orlando Hernández, do Partido Nacional (direita).

Os novos policiais foram recrutados entre os soldados e tiveram apenas seis semanas de treinamento. Na PM paulista, o treinamento de um soldado dura um ano.

"Não terá sucesso", prevê Lucas Herrera, que há dez anos coordena a Fundação ProNiño, que cuida de adolescentes infratores em San Pedro. "As coisas improvisadas sempre terminam mal."

Honduras é o país mais violento do mundo, segundo levantamento da ONU.

Já San Pedro é a capital mundial dos homicídios em ranking da ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal. Maceió (AL) aparece em sexto lugar.


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