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EUA suspendem parte de ajuda ao Egito

Casa Branca decide cortar 'equipamentos de grande escala' do pacote anual de US$ 1,3 bilhão a militares egípcios

Medida é resposta ao golpe que derrubou o presidente eleito Mohammed Mursi e à repressão aos protestos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os Estados Unidos decidiram ontem cortar, temporariamente, parte da ajuda militar de US$ 1,3 bilhão (R$ 2,86 bilhões) concedida anualmente ao Egito desde 1987.

A inédita medida é uma resposta ao golpe que derrubou o presidente egípcio Mohammed Mursi, em 3 de julho, e à repressão do governo militar interino contra manifestações de seus apoiadores.

O anúncio foi feito ontem por Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado. Segundo ela, Washington deixará de enviar "alguns equipamentos militares de grande escala e assistência em dinheiro ao governo".

A retomada do envio só ocorrerá caso haja "progresso crível rumo a um governo civil eleito democraticamente", disse Psaki.

A porta-voz não informou o valor exato do corte na ajuda ao Cairo, mas disse que os equipamentos valem "centenas de milhões de dólares".

Sob anonimato, um funcionário do governo disse que o pacote de redução inclui a retenção de dez helicópteros Apache, com custo estimado em US$ 500 milhões.

O congelamento também atingiria o envio de mísseis Harpoon e peças para tanques A1/M1, afirmaram autoridades americanas.

O governo americano se comprometeu a manter, porém, verbas para a segurança das fronteiras e ações contra o terrorismo islâmico, especialmente na região do Sinai. Também continuará o envio de peças de armas e equipamentos para manutenção das forças do Egito.

Além do repasse militar de US$ 1,3 bilhão, os EUA gastam cerca de US$ 250 milhões (R$ 550 milhões) para financiar programas de fomento econômico, de saúde e educação no país árabe --dinheiro que não será afetado, segundo Washington.

Desde a deposição de Mursi, o governo de Barack Obama estudava uma forma de punir o Egito sem classificar a ação dos militares como um golpe --o que implicaria, pela lei americana, na suspensão total da ajuda ao Cairo.

O Egito é o segundo país que mais recebe ajuda militar do governo americano, atrás apenas de Israel --descontando a operação americana no Afeganistão.

Obama evitou usar o termo "golpe", mas foi minando o apoio aos militares. Em agosto, já havia cancelado exercícios militares conjuntos com o Egito e adiado a entrega de quatro caças F-16.

O anúncio traz tensão no Oriente Médio porque Israel vê a ajuda americana como parte de seu acordo de paz com o Egito, firmado em 1979.

Os israelenses também temem que os EUA possam indiretamente insuflar os simpatizantes de Mursi e o extremismo islâmico no Sinai.

A decisão desagrada ainda à Arábia Saudita e a seus parceiros do Golfo, que já prometeram US$ 12 bilhões (R$ 26,4 bilhões) ao Egito se os EUA cortassem o auxílio.


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