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Depoimento

Telefones não paravam de tocar na redação do 'Jornal do Brasil'

O próprio contexto em que ele viveu contribuiu para farta produção de teorias conspiratórias

NEWTON CARLOS ESPECIAL PARA A FOLHA

Em 1963, eu era colunista da Folha e editor internacional do "Jornal do Brasil".

Do velho "JB", que se tornara pioneira da modernização da imprensa brasileira, com Jânio de Freitas no comando.

No caso de Kennedy, o próprio contexto em que ele viveu, interna e externamente, contribuiu para farta produção de teorias conspiratórias --eu mesmo me joguei nesse alçapão com meu primeiro livro, "A Conspiração".

Quem matou Kennedy, por que o matou?

Foi o que de imediato me perguntei intimamente, como todo mundo.

Os telefones na redação não paravam de tocar. Lembro do telefonema nervoso, vindo de algum ministério, atrás de informações.

Não faltaram subidas de transeuntes ao terceiro andar de um prédio antigo na avenida Rio Branco, onde ficava a redação do "JB".

De cima era possível ver grupos se formando nas calçadas, possivelmente para trocar informações.

As pessoas que bateram às nossas portas indicavam interesses de todas as idades adultas.

Diante de tamanha mobilização popular, a direção do jornal, embora sem correspondente nos Estados Unidos (a moda na época era manter um em Paris), decidiu tirar edição extra com as informações disponíveis.

O maior interesse popular, além de conhecer culpado ou culpados, era saber o que John Kennedy representara como ocupante da Casa Branca e comandante em chefe da nação mais poderosa do mundo.

Tentamos responder com ajuda de um montão de telexs e de rádio-fotos, na época os meios mais velozes de recepção de informações e de imagens.

As rádios ficaram ligadas ininterruptamente. Mais ou menos um ano antes acontecera o desembarque frustrado numa praia cubana, com aval da CIA. Alguma relação?

A questão racial teria motivado os caubóis do Texas? Com a crise dos mísseis o mundo havia estado à beira de uma catástrofe atômica. De novo, alguma relação?


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